O que fazer com o salário extra no final de ano
O final do ano está chegando e, com ele, o 13° salário. As tentações são muitas: férias, viagens, compras de Natal, Reveillon entre outros desejos de consumo. Porém, há as contas a pagar no início do ano: matrícula na escola, uniformes e materiais escolares, IPVA, IPTU, condomínio, aluguel, água, luz, seguros, telefones fixo e celular, carnês, plano de saúde etc. As contas não param, sem falar nas dívidas que muitos acumulam durante o ano. Entre a minoria que elabora o Planejamento Financeiro mensal, poucos terminam o ano com as finanças equilibradas, podendo, com isso, usufruir o décimo terceiro para fazer alguma aplicação rentável, usando os juros a seu favor ou comprando as necessidades reais com descontos que podem chegar a 60%, o que pode representar uma forte economia para o bolso. Outros antecipam o salário extra nas instituições financeiras pagando por alguns meses altas taxas de juros. O mês de janeiro está próximo, esperando você com uma carga elevada de compromissos que irá comprometer grande parte dos seus rendimentos mensais. Dessa forma, a melhor maneira de planejar o uso do 13º salário é reservar uma quantia para o pagamento das diversas despesas mencionadas e, com o que restar, realizar uma viagem, comprar presentes ou até mesmo poupar como questão de investimento para o futuro. As campanhas do tipo: "Compre agora e comece a pagar em 2006 sem juros" não deixam de ser um grande atrativo para aumentar o endividamento dos consumidores. Sabemos que precisamos sobreviver, mas esquecemos da importância dos principais itens necessários à sobrevivência. Fique atento e comece cedo a controlar a ansiedade na hora de gastar, assim você estará dando o valor exato a cada centavo do seu rico dinheirinho. Um bom investimento é pagar todas as contas pendentes para começar o novo ano sem dívidas. Não podemos esquecer que logo no início do próximo ano temos todas aquelas despesas e outras que podem ocorrer. Aproveitar esse dinheiro e pagar essas dívidas com desconto é fundamental, mesmo que os presentes de Natal sejam mais baratos ou até fiquem para uma próxima oportunidade. Para aqueles que, felizmente não têm dívidas, aplicar esse dinheiro em alguma transação bancária é uma boa alternativa, afinal, para alcançar um grande sonho amanhã é preciso começar hoje. Separar as despesas essenciais das supérfluas também é altamente recomendado. Adote como prioridade despesas essenciais como alimentação, aluguel, condomínio, prestações mensais fixas (como seguro-saúde, mensalidades escolares...). Tudo aquilo que fugir desse quadro será considerado como não essencial, supérfluo, isto é, tudo aquilo que se pode evitar, que realmente não há a necessidade no momento, que pode esperar por mais algum tempo. O não essencial fica num meio termo: gastos com telefone, energia elétrica, água entre outros, que podem ser minimizados, controlados, para que o orçamento não seja estourado pelo uso desregrado de tais produtos ou serviços. Muita gente aproveita o 13º para realizar alguns sonhos de consumo, porém, para não gastar todo o dinheiro de uma vez, acaba parcelando as compras no cartão de crédito e no cheque pré-datado. Isso pode ser o primeiro passo para entrar o ano-novo com novas dívidas. A melhor forma de controlar as finanças é comprar o que realmente for necessário e à vista; controlar a ansiedade para que as compras em parcelas não se tornem uma dor de cabeça no amanhã. Para o bom uso do 13º, reservar uma parte para o pagamento das contas do novo ano e utilizar o restante, lembrando que poupar é uma grande alternativa sempre, para isso elaborar um planejamento financeiro de ganhos e despesas é essencial para administrar tudo o que é gasto no mês. Devemos considerá-lo como um "termômetro", pois ele avisará quando você estiver entrando no vermelho, isto é, será o sinal de alerta máxima não só para os gastos de grande monta, mas principalmente para os pequenos, pois somente assim será possível ter uma idéia real do que está sendo gasto desnecessariamente e onde esse gasto pode ser diminuído ou evitado. Também é possível fazer sobrar dinheiro do 13º, mas para isso é preciso saber onde ele deve ser aplicado. Analisar quais são aplicações mais vantajosas no momento é fundamental para um bom retorno. Existem várias formas de aplicação, mas hoje as aplicações sem risco são uma boa alternativa ao consumidor inteligente. Mantenha o controle e a ansiedade evitando as compras por impulso e a prazo. Desta forma, na hora da compra, você poderá decidir a sua real necessidade. Pesquise os melhores produtos com bons preços. Tome muito cuidado, porque nas compras em parcelas fixas de valores pequenos que cabem no seu bolso, estão embutidas altas taxas de juros, não acredite em milagres, prazo sempre vence. Com o dinheiro no bolso o consumidor dita todas as regras na hora de comprar e sai ganhando com um bom negócio realizado. Seja inteligente e aproveite bem o dinheiro extra. Seu bolso e a sua saúde agradecerão brindando um novo ano com muita Paz, Saúde e Crédito! Nota do Editor: Cláudio Boriola é consultor financeiro, palestrante especialista em Economia Doméstica e Direitos do Consumidor. Autor do livro "Paz, Saúde e Crédito" e do Projeto Educação Financeira nas Escolas.
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