Adiada a decisão do título mundial para o WCT Brasil. Kelly Slater pára nas quartas-de-final e havaiano é bicampeão do Quiksilver Pro
O Nova Schin Festival WCT Brasil pode decidir o título mundial da temporada pelo segundo ano consecutivo em Santa Catarina. O havaiano Andy Irons conquistou o bicampeonato no Quiksilver Pro France nesta sexta-feira e impediu a conquista antecipada do norte-americano Kelly Slater, que não passou das quartas-de-final em Hossegor. Com a vitória na grande final sobre o algoz do hexacampeão mundial, Damien Hobgood, a etapa brasileira do WCT promete ser mais uma vez emocionante, com o penúltimo desafio da temporada novamente tendo sua base principal instalada na Praia da Joaquina, mas sendo disputado na praia que estiver apresentando as melhores ondas no período de 31 de outubro a 09 de novembro no litoral sul catarinense. Quem também brilhou no último dia de disputas na França foi o cabo-friense Victor Ribas, que só parou nas semifinais e colocou o Brasil no pódio com um brilhante terceiro lugar na nona etapa do ASP Foster’s World Championship Tour 2005. Vitinho inaugurou a sexta-feira derrotando a sensação americana Dane Reynolds por uma pequena diferença - 13,93 x 13,50 pontos - na abertura das oitavas-de-final, que foram realizadas ainda em La Nord. Já o pernambucano Paulo Moura não teve muitas chances no confronto contra o número 1 Kelly Slater, que venceu com facilidades a quarta bateria do dia por 14,00 x 7,27 pontos. E o outro brasileiro que ainda estava na competição foi barrado nos últimos segundos pelo australiano Taj Burrow, que conseguiu os pontos que precisava para derrotar o paranaense Peterson Rosa em mais um resultado decimal: 13,33 x 13,00 pontos. Já o primeiro show do dia foi proporcionado pelo defensor do título do Quiksilver Pro France, Andy Irons, que logo em sua primeira apresentação bateu o recorde do campeonato ao totalizar incríveis 18,73 pontos de 20 possíveis no confronto com seu companheiro na equipe Billabong, o veterano Mark Occhilupo, que também pegou bons tubos em La Nord e somou 16,77 pontos nos dois melhores. Após o encerramento das oitavas-de-final, os organizadores decidiram transferir as disputas para a base principal, La Graviere, cerca de 500 metros de distância, onde as condições do mar estavam parecidas, com as séries variando entre 2,0 e 2,5 metros de altura, porém um pouco irregulares. Novamente, Victor Ribas passou apertado pelo seu adversário, derrotando o australiano Phillip MacDonald, número 5 do ranking mundial, por 10,50 x 10,00 pontos. Na segunda quarta-de-final, Damien Hobgood simplesmente deixou o também norte-americano Kelly Slater precisando de mais de 10 pontos, o que no surfe é como vencer de goleada. O placar que adiou a decisão do título mundial para o Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 foi de 18,00 x 13,50 pontos. "Não consegui surfar bem aqui. Passei um sufoco para ganhar do Jeremy Flores na terceira fase, também não achei as melhores ondas nas oitavas, mas fui passando, só que o Damien arrebentou e agora vou com toda confiança tentar confirmar o título no Brasil para já chegar no Havaí como campeão mundial", prometeu Slater. Ao contrário dele, seu único adversário continuava comandando o espetáculo e pegou um tubão que valeu a segunda nota 10 do Quiksilver Pro France 2005 logo na primeira onda surfada contra seu irmão Bruce Irons. O tricampeão mundial precisava passar mais esta bateria para impedir a conquista antecipada do heptacampeonato pelo norte-americano e conseguiu. Os dois irmãos fizeram a grande final do ano passado em Hossegor e o resultado foi o mesmo, com Andy Irons saindo vitorioso na disputa que acabou encerrada pelo placar de 15,83 x 11,00 pontos. Depois, o havaiano passou pelo australiano Taj Burrow nas semifinais - 15,67 x 11,00 pontos - e escolheu a tática certa para derrotar Damien Hobgood na grande final. "Eu sabia que ele ia procurar os tubos e eu preferi pegar as ondas sem me preocupar com isso, mas sim em aplicar manobras fortes para tirar boas notas", contou Andy Irons, que numa longa esquerda arrancou uma nota 9,33 que acabou definindo a vitória por 17,00 x 12,83 pontos. "Eu amo esse lugar, dá até vontade de mudar para cá, amo as pessoas que sempre lotam a praia para torcer aqui, a comida, essas ondas então nem se fala, estou muito feliz e nem consigo acreditar que venci de novo este evento", vibrou Irons, que venceu o Quiksilver Pro France pela terceira vez. BRASIL NO PÓDIO - Damien Hobgood tentou de tudo para reverter o resultado, porém não teve a mesma sorte em achar as melhores ondas como havia conseguido nas disputas anteriores. Na semifinal, o cabo-friense Victor Ribas começou bem com um tubinho, mas logo ele assumiu a liderança e não largou mais, derrotando o brasileiro por 10,57 x 8,70 pontos. "As condições do mar ficaram complicadas na bateria, com muitas séries fechando", lamentou Victor Ribas. "Infelizmente não consegui pegar boas ondas, mas estou muito feliz com esse terceiro lugar que vai me ajudar muito para tentar garantir minha vaga no WCT. Surfar é minha vida e não estar no WCT vai ser desastroso para mim". Com este resultado, Vitinho subiu para o 25º lugar no ranking e passou a aparecer na lista dos 27 que são mantidos na elite mundial pelo ranking principal. Além dele, só mais dois estão garantindo suas permanências pelo WCT: o pernambucano Paulo Moura em vigésimo lugar e o paranaense Peterson Rosa em 24º O potiguar Marcelo Nunes era o brasileiro mais bem colocado, mas não passou pela repescagem do Quiksilver Pro France e caiu para a 28ª posição na classificação geral das nove etapas disputadas. PERNA BRASILEIRA - Já pelo ranking da divisão de acesso, o paulista Adriano "Mineirinho" de Souza lidera o WQS e foi o primeiro brasileiro a garantir vaga no WCT 2006, com os cariocas Pedro Henrique (sexto lugar) e Yuri Sodré (sétimo) podendo confirmar suas entradas na "perna brasileira" de fim-de-ano que será realizada entre os dias 19 de outubro e 09 de novembro. O primeiro desafio será o WQS de nível 4 estrelas, Reef Classic 2005, nos dias 19 a 23 em Maresias, São Sebastião (SP). Na semana seguinte, de 25 a 30, tem o 6 estrelas Onbongo Pro Surfing na Praia Mole, em Florianópolis (SC). E do dia 31 a 09 de novembro, o Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 pode decidir o campeão mundial da temporada no evento móvel que pelo terceiro ano seguido será realizado em Santa Catarina. Ranking WCT 2005 - 9 etapas: 01: Kelly Slater (EUA) - 7.896 pontos 02: Andy Irons (HAV) - 7.128 03: Phillip MacDonald (AUS) - 5.870 04: Mick Fanning (AUS) - 5.838 05: Trent Munro (AUS) - 5.618 06: Taj Burrow (AUS) - 5.512 07: C. J. Hobgood (EUA) - 4.873 08: Damien Hobgood (EUA) - 4.851 09: Nathan Hedge (AUS) - 4.770 09: Cory Lopez (EUA) - 4.770 11: Bruce Irons (HAV) - 4.643 12: Dean Morrison (AUS) - 4.309 13: Frederick Patacchia (HAV) - 4.263 14: Joel Parkinson (AUS) - 4.182 15: Jake Paterson (AUS) - 4.136 16: Daniel Wills (AUS) - 4.068 20: Paulo Moura (PE) - 3.802 24: Peterson Rosa (PR) - 3.756 25: Victor Ribas (RJ) - 3.751 28: Marcelo Nunes (RN) - 3.475 38: Raoni Monteiro (RJ) - 2.862 44: Renan Rocha (SP) - 1.985 45: Guilherme Herdy (RJ) - 1.680 46: Bernardo Pigmeu (PE) - 1.535
|