Em discussão a formação da rede de encalhe de mamíferos da região sudeste
| Divulgação |  | | | Baleia jubarte encalhada na praia do Bonete. |
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Todos acham interessante a ocorrência de mamíferos marinhos como baleias, golfinhos e leões marinhos no litoral brasileiro. Muitas vezes eles estão por aqui de passagem parando na nossa região para se alimentar e/ou descansar. Os problemas surgem quando eles não estão tão bem de saúde e até eventualmente morrem. Neste momento, a ação conjunta e coordenada de entidades com pessoal técnico capacitado e pronto para agir é fator fundamental para o sucesso do trabalho de resgate, reabilitação e até de encaminhamento dos restos biológicos dos animais que eventualmente venham a morrer. Quem não se lembra do ano em que encalharam em um só mês aqui em Ubatuba 2 baleias jubarte, a primeira viva na praia do Bonete e a segunda morta na praia Grande? No primeiro caso, uma operação conjunta envolvendo equipes técnicas do Projeto Tamar e Aquário de Ubatuba além da Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, Petrobrás e inúmeros voluntários conseguiram devolver ao mar em menos de 12 horas, uma baleia de 13,5 metros. Foi um sucesso e o 3º caso em toda a América do Sul, batendo o recorde de tempo. Nos outros 2 casos de resgate de jubartes com vida, as baleias resgatadas ficaram encalhadas por 48 e 72 horas respectivamente. Já a baleia jubarte que encalhou morta na praia Grande, foi outra história: Muitas pessoas e entidades com idéias mirabolantes, sem a centralização das decisões em uma única equipe técnica. O resultado? Um fracasso com enorme desgaste na mídia, despesas enormes com materiais e pessoal para depois de 5 dias, tomarem a decisão que foi indicada pelos técnicos já no primeiro. Desde aquela época se falava na formação de uma rede de encalhe de mamíferos na região Sudeste. Uma rede de encalhe nada mais é do que o envolvimento das entidades que trabalham com este tipo de problema sob uma única coordenação, de forma que cada entidade desempenhe seu papel sob uma única orientação que tem que ter um embasamento técnico e que aumenta as chances de solucionar com rapidez e eficiência este tipo de situação. Poucas pessoas por exemplo, sabem que qualquer animal marinho e/ou terrestre da fauna nativa, incluindo seus restos biológicos (como ossadas) são patrimônio exclusivo da união a quem cabe a guarda ou a destinação para a guarda dos mesmos. Preocupado com a organização da atuação de entidades públicas e privadas neste campo, tanto em situações de resgate como no correto encaminhamento do material biológico, o IBAMA estará fazendo na próxima 2ª feira 17/10 às 14h00 no Aquário de Ubatuba, reunião técnica visando a formação da rede para a nossa região. Trata-se de uma iniciativa importante do IBAMA pois, situações como a da praia Grande devem ser evitadas a partir de um sistema organizado de ação sob uma única coordenação técnica. Em Ubatuba, entidades como o Aquário e o Projeto Tamar vêm atuando há vários anos no resgate, reabilitação e exposição da fauna marinha, com fins educacionais de conservação e de pesquisa.
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