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Educação
28/10/2005 - 05h44
Pilhas usadas, o que fazer com elas?
 
 

Elas estão presentes em brinquedos, aparelhos eletroeletrônicos e garantem a diversão de adultos e crianças. Mas quando acaba a carga vem a dúvida: o que fazer com a pilha usada? Esta pergunta já passou pela cabeça de muita gente e o que é pior, poucos sabem a resposta. Compostas, em sua maioria, por metais pesados como zinco, chumbo, manganês e mercúrio, as pilhas não devem ser jogadas no lixo comum, já que seus elementos tóxicos contaminam o solo, o lençol freático e, no final das contas, o próprio homem. Os danos à saúde podem aparecer na forma de problemas cardíacos e pulmonares, distúrbios digestivos, osteoporose, disfunção renal e depressão. Somado ao fato de que as pilhas demoram até 500 anos para serem absorvidas pelo ambiente, e que no Brasil, por ano, são descartadas 170 milhões de pilhas, o problema passa a ser grave.

Para tentar mudar o quadro atual de desinformação, algumas escolas de São Paulo passaram a desenvolver projetos junto a seus alunos de conscientização sobre os problemas que as pilhas e baterias podem causar ao meio ambiente se não tiverem uma destinação correta. Na Escola Internacional de Alphaville, os alunos da 3ª série do Ensino Fundamental participam, desde agosto, de um projeto sobre o assunto. Para observarem todo o poder de destruição que este pequeno objeto pode ter quando em contato com o meio ambiente, eles fizeram um terrário, onde reproduziram as diversas camadas do solo e o lençol freático. Ali plantaram alguns feijões e enterraram uma pilha. Diariamente, eles regam os pés de feijão e observam as transformações que estão ocorrendo. "A pilha já soltou uma substância amarelada que contaminou parte do solo e o lençol freático, deixando a água também amarela. Percebemos que o resíduo tóxico atingiu algumas raízes, agora vamos acompanhar qual o efeito da presença desta pilha nos pés de feijão", explica a professora Sildemara Bernardo. Em uma outra experiência, os alunos colocaram pilhas em um tubo com água, para então registrarem tudo o que acontece. "Uma das pilhas já está quase totalmente aberta, a casca de outra já se soltou e começa a enferrujar", descreve Sildemara. Ela relata que os alunos ficam perplexos diante das experiências, nenhum deles imaginava que uma simples pilha, jogada em um lixo comum, pudesse causar tantos danos. "Eu só sabia que a pilha tem componentes perigosos, mas pensava que não contaminava o meio ambiente", conta Samuel Gonzáles, de 9 anos.

Diante de tanta novidade, os alunos fizeram questão de mostrar o que aprenderam aos colegas da 5ª à 3ª série do ensino médio. Eles visitaram todas as salas e exibiram o terrário e o tubo com as pilhas. A reação foi imediata, perguntas e mais perguntas sobre o assunto. "Eles ficaram super interessados, queriam saber o que iria acontecer se um animal tomasse esta água, ou se este líquido contaminado atingisse um poço artesiano. Eles perceberam que este risco é real", comenta a professora. Depois do projeto, todas as turmas passaram a recolher pilhas e baterias usadas. "Começamos a receber sacolas e mais sacolas lotadas de pilhas", conta Sildemara. Todo o material arrecadado será entregue à Cetesb no final de outubro, onde será destruído sem agredir o meio ambiente.

No Colégio Pentágono, na unidade Alphaville, toda semana, o professor laboratorista Rogério Santanna conversa com seus alunos, de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental, sobre a importância de se preservar o meio ambiente. Além de pedir que economizem água e façam coleta seletiva, ele também alerta sobre os perigos de se jogar pilhas e baterias usadas no lixo comum. O projeto, que começou em maio, começou a surtir efeito logo após a primeira aula. "Os alunos ficaram tão preocupados, que no dia seguinte, trouxeram uma imensidão de pilhas", recorda o professor. "Agora eles repassam estes conhecimentos para as famílias e amigos e buscam pilhas inclusive na vizinhança", completa. Para observarem os resíduos tóxicos que podem contaminar o meio ambiente, os alunos enterraram pilhas em um copo descartável cheio de terra e também na água. Após três meses, elas já estavam completamente oxidadas. "Acredito que para conscientizarmos, temos primeiro que sensibilizar e, para isto, faço questão de mostrar a eles a realidade, o perigo que todos corremos se substâncias tóxicas como estas atingem o lençol freático, por exemplo", comenta Rogério. O projeto tem mobilizado alunos - toda classe tem uma caixa para coleta - e também funcionários, que trazem as pilhas usadas de casa. Mais de 30 kg deste material já foram arrecadados.

No início do próximo ano, quando tudo o que tiver sido arrecado for levado para a Cetesb, terá início a segunda parte do projeto. O professor pretende filmar o que acontece com as pilhas depois que chegam à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. "Quero ver se realmente as pilhas e baterias recebem um tratamento especial ou se acabam indo para o aterro sanitário, como um lixo comum", explica Rogério. As filmagens farão parte de um documentário, que o professor espera concluir até a metade de 2006, e que será entregue a uma Diretoria de Ensino para que possa circular entre as escolas de São Paulo, alertando a todos sobre os riscos que as pilhas oferecem ao meio ambiente e ao homem. Uma ameaça grave, mas ainda de conhecimento de poucos.

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