Não há 100% de proteção, na Internet, contra invasões, roubos e ataques de hackers e de outros tipos de criminosos, afirma André Navarrete, consultor do site www.fiquetranquilo.com.br (do Grupo Nordeste, líder em segurança privada no Brasil). Porém, adverte, os internautas mais descuidados estão mais sujeitos a esses crimes que os demais, porque facilitam a vida dos criminosos. A maior parte dos problemas ocorre porque o usuário desconhece rotinas básicas de segurança, salienta Navarrete, que é gerente corporativo de informática da Nordeste Segurança, empresa do Grupo Nordeste. Ele dá algumas dicas para que o internauta possa utilizar a web correndo menos riscos de golpes e de fraudes. Senhas As senhas para a navegação na Internet - no acesso às pastas, arquivos, serviços de correio eletrônico e de mensagens - devem ser tão seguras quanto a senha de cartão de crédito ou da conta-corrente. Servem para autenticar o usuário, ou seja, informar ao sistema que aquela pessoa que tenta usar o serviço é quem diz ser. Se as senhas se tornarem públicas, muitos problemas poderão ocorrer. Logo, é fundamental guardá-las sempre em local seguro, e jamais revelá-las a terceiros. Além disso, a escolha da senha requer um pouco de atenção. Ter como senha o nome do filho, o sobrenome, a data de aniversário, a cor favorita, um nome de fruta, o nome do bicho de estimação, placa do carro, número de documento, ou qualquer outra palavra ou número de fácil identificação, é um erro a ser evitado. São dados que podem ser facilmente obtidos e utilizados por criminosos virtuais. Senhas seguras Uma regra usual para criar uma boa senha é utilizar as primeiras letras de uma frase, combinadas a números e a caracteres especiais. Por exemplo: "A 4ª edição do 2º livro é maravilhosa". A senha poderia ser: "a4ed2lem". É uma senha relativamente grande, tem oito caracteres, mas fácil de memorizar, em função da frase que a originou. Senhas pequenas e palavras de dicionário também devem ser evitadas, pois há, atualmente, milhares de ferramentas para a quebra de senhas, que levam muito pouco tempo para identificar senhas fracas. Validade A mudança da senha é básica para aumentar a segurança das transações na web. A senha deve ser trocada periodicamente. Não é recomendável usar a mesma senha para todos os sites, e-mails ou serviços utilizados na Internet. Com senhas diferentes, dificulta-se a ação dos bandidos virtuais. Contos do vigário Assim como no mundo real, há espertalhões no mundo virtual à espera de um descuido dos internautas. Logo, quem receber e-mails de pessoas que não conheçam, deve desconfiar sempre. Jamais se deve abrir um anexo e executá-lo sem conhecer quem o enviou, pois pode conter um código malicioso, que instale, automaticamente, o que os técnicos de informática chamam de cavalos de tróia (trojan horses). Ou seja, uma invasão ou vírus em forma de "presente", como os gregos fizeram na Guerra de Tróia. Até mesmo e-mails vindos de pessoas conhecidas devem ser vistoriados antes de abertos, por que o conhecido pode ser usado por um terceiro para propagar vírus. Isso ocorre quando uma pessoa tem o computador contaminado por um vírus com mecanismo de auto-envio para todos os contatos do software de correio. Semelhante cuidado deve ser dado a arquivos baixados por meio de download de páginas da Internet. Golpes virtuais Ladrões cibernéticos utilizam-se de engenharia social para descobrir informações importantes sobre suas vítimas. O que é isso? São pessoas que tentam obter informações do usuário por e-mail, por telefone ou pessoalmente. Por isso, deve-se desconfiar de abordagens em busca de informações confidenciais. Outro mecanismo bastante explorado para roubo são os backdoors. São bugs, isto é, defeitos de fabricação que podem ocorrer acidental ou propositalmente em um programa de computador. E que são explorados por hackers para capturar informações do computador-alvo. Já foram descobertos backdoors em diversos softwares. Nesse caso, a melhor precaução é manter atualizados os programas utilizados, verificando sempre, nos sites dos fabricantes, se há novas versões dos softwares, ou pacotes de correção de falhas (chamados patches ou service packs). Os programas antivírus não são úteis nesses casos, pois os problemas já estão na versão do software. Passo a passo da prevenção 1. Cuidado ao receber arquivos vindos de e-mails de terceiros, de salas de bate-papo ou de downloads feitos de sites da Internet; 2. Utilizar e manter sempre atualizado o software antivírus; 3. Fazer, periodicamente, as atualizações do sistema operacional, do software de correio eletrônico, do browser (navegador); 4. Usar um bom firewall (software que ergue um "muro" contra os invasores); 5. Ter bom senso e não acreditar em qualquer mensagem recebida.
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