Kelly Slater e Andy Irons em concorrida coletiva de imprensa na Praia da Joaquina
| Nilton Santos |  | | | Coletiva de imprensa do Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 com Kelly Slater (a esquerda) e Andy Irons, que disputam o título mundial. |
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A segunda-feira amanheceu com o vento sul soprando forte em Florianópolis e o início do Nova Schin Festival WCT Brasil, que neste ano é apresentado pela Billabong, foi adiado no primeiro dia do prazo que vai até 09 de novembro em Santa Catarina. Com isso, a única atração na Praia da Joaquina foi a concorrida coletiva de imprensa do norte-americano Kelly Slater e o havaiano Andy Irons, que participam de mais uma decisão de título mundial no Brasil. Em 1992, Slater conquistou no Rio de Janeiro o primeiro dos seus seis canecos de número 1 do mundo e no ano passado Irons garantiu o tricampeonato antecipado no Nova Schin Festival WCT Brasil em Santa Catarina. Uma nova chamada foi marcada para as 7 horas nesta terça-feira e a primeira fase classificatória pode até ser transferida para outro lugar mais protegido da ação do vento, como as praias do Rosa e da Vila, em Imbituba, 90 Km ao sul da capital catarinense. "Exatamente o que a gente previa aconteceu. O vento sul entrou forte por volta das 9:30 horas e as ondas estão subindo. A gente vai ver como é que vai amanhecer amanhã e o tamanho que o mar vai alcançar. Se o vento sul acalmar, a possibilidade é grande da competição ser iniciada aqui na Joaquina ou então mudar lá para a Praia da Vila, em Imbituba", contou Xandi Fontes, diretor de prova do Nova Schin Festival WCT Brasil 2005. "A intenção é realizar a primeira fase, que não elimina ninguém, tentando talvez o segundo rounde também. Aí vamos aguardar o swell (ondulação) que está virando de leste, maior ainda que esse, previsto para entrar na sexta-feira ou sábado, para rolar a terceira fase, quando começa para valer a decisão do título mundial". Para Andy Irons levar a decisão para o Havaí, precisa primeiro chegar nas quartas-de-final e a partir daí terminar na frente de Kelly Slater. O título pode até ser definido na grande final do Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 e Kelly Slater comemora o heptacampeonato mundial se repetir o feito de 2003, quando venceu a primeira edição da etapa brasileira do WCT em Santa Catarina. Já Andy Irons precisaria quebrar o tabu de nunca ter vencido uma etapa no Brasil. "Eu nunca ganhei um campeonato aqui no Brasil e seria muito bom conseguir isso nesse ano, mas estou preparado tanto para vencer como para perder. Se eu ganhar, irei muito empolgado para tentar decidir mais um título lá no Havaí", falou Andy Irons. Mas, Kelly Slater prefere mesmo fechar a temporada nessa etapa: "Para mim, a situação está melhor para garantir o título aqui no Brasil, porque se for lá para o Havaí certamente será mais complicado para ganhar. Prefiro terminar tudo aqui para chegar lá mais relaxado só para surfar". AMIGOS SÓ FORA D’ÁGUA - "Somos de gerações parecidas, amigos, mas seria melhor ainda se não existisse a competição entre nós", falou Andy Irons. Slater também concordou: "Com certeza, quando aposentarmos teremos uma amizade bem maior, pois dentro d’água cada um quer vencer, então a competição às vezes nos afasta um pouco, pois seria muito mais agradável para nós dois que não estivéssemos aqui na frente de todos vocês vivendo esse momento de expectativa e decisão de título". PRIMEIRA VITÓRIA NO ANO - A estréia do Nova Schin Festival WCT Brasil em 2003 tinha sido a última vitória de Kelly Slater no WCT, antes do título conquistado neste ano no Tahiti, com um resultado inédito de 100% de aproveitamento na final. "Foi um momento de virada dentro da minha cabeça mesmo. Um amigo meu até tinha me perguntado antes do campeonato, se eu ainda lembrava de como era a sensação de uma vitória, já que fazia mais de um ano que eu não vencia. E aquela vitória no Tahiti me deu realmente uma nova motivação no circuito, me trouxe de volta a vontade de ganhar e os resultados começaram a aparecer", falou Kelly Slater, sobre a fenomenal vitória com duas notas 10 nos tubos monstruosos de Teahupoo. PRIMEIRO TÍTULO MUNDIAL NO BRASIL - Curiosamente, o hepta de Slater pode ser conseguido exatamente sete anos depois do último título que conquistou, em 1998, e no país que ele faturou seu primeiro caneco de campeão mundial. "Sempre quando venho para cá eu lembro do meu primeiro título mundial, que conquistei no Rio de Janeiro em 1992. Foi muito estranho, porque eu estava no quarto do hotel quando recebi a notícia da derrota do Sunny Garcia que me garantiu o título e quem me deu a notícia foi o Tom Carroll, que já era bicampeão mundial. Esse momento eu nunca esqueço, foi muito emocionante", lembrou Slater. NOVA GERAÇÃO BRASILEIRA - "O Adriano de Souza acredito ser a grande revelação do ano. Ninguém nunca somou tantos pontos no WQS e ele surfa muito bem em beach breaks (fundos de areia). Acredito que ele não terá muitas dificuldades em competir em baterias homem-a-homem porque as principais provas do WQS já utilizam esse sistema que antes só tinha no WCT, então acredito que ele certamente vai dar trabalho no ano que vem", falou Andy Irons. Kelly Slater também elogiou Adriano "Mineirinho" de Souza: "Se ele quiser nem vai precisar mais correr o WQS, porque tem surfe suficente para ficar entre os 15 melhores surfistas do mundo facilmente. Vai depender da competitividade dele. Tem um estilo bem agressivo, quando está dentro d’agua não se sente intimidado com nada e com ninguém, tem uma personalidade muito forte e certamente terá um futuro brilhante no WCT". BRASILEIROS SÃO MAIORIA - E o guarujaense Adriano de Souza está escalado na bateria inaugural do Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 e vai disputar a primeira classificação direta para a terceira rodada da competição contra os norte-americanos Cory Lopez e Chris Ward. No total, 19 surfistas vão representar o Brasil nesta penúltima etapa da temporada, superando o número de australianos (15), norte-americanos (8), havaianos (4) e sul-africanos (2), os quatro únicos países que integram a elite mundial do WCT 2005. O 19º foi confirmado na noite do domingo, quando os organizadores receberam o comunicado da ausência do norte-americano Shea Lopez. Por ter ultrapassado o carioca Yuri Sodré e passado a ser o terceiro brasileiro mais bem colocado no ranking do WQS 2005, a vaga foi oferecida para o paranaense Jihad Kohdr, que vibrou bastante com a notícia. Ele vai entrar na segunda bateria do Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 com o norte-americano Damien Hobgood e o potiguar Marcelo Nunes, que tenta ingressar na lista dos 27 surfistas que são mantidos na elite mundial aqui no Brasil. Já os dois únicos candidatos ao título mundial da temporada irão fazer suas primeiras apresentações em Santa Catarina na oitava e nona baterias. Kelly Slater está na oitava junto com ex-campeão mundial Mark Occhilupo e o vice-campeão catarinense Guga Arruda. Na nona, Andy Irons pega o grande amigo de Slater, Taylor Knox, além de outro surfista indicado pelo ranking da Federação Catarinense de Surf (FECASURF), o florianopolitano Guilherme Ferreira. O Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 é apresentado pela Billabong e tem a Nova Schin como principal patrocinador, contando ainda com o co-patrocínio do Governo do Estado de Santa Catarina e da Tropical Brasil, única marca de surfwear presente no evento desde a sua primeira edição, além do apoio do Portal Terra e divulgação da Revista Fluir, Rádio Atlântida FM e site Waves/Terra. O evento é realizado pela Gate Serviços e Eventos e Federação Catarinense de Surf (FECASURF) e será transmitido ao vivo pelo SPORTV. Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 - Primeira fase classificatória 01: Cory Lopez (EUA), Chris Ward (EUA) e Adriano de Souza (SP) 02: Damien Hobgood (EUA), Marcelo Nunes (RN) e Jihad Kohdr (PR) 03: Nathan Hedge (AUS), Michael Lowe (AUS) e Pedro Henrique (RJ) 04: Joel Parkinson (AUS), Travis Logie (AFR) e Yuri Sodré (RJ) 05: C. J. Hobgood (EUA), Darren O’Rafferty (AUS) e Diego Rosa (SC) 06: Trent Munro (AUS), Victor Ribas (RJ) e Odirlei Coutinho (SP) 07: Mick Fanning (AUS), Richard Lovett (AUS) e Flávio Costa (BA) 08: Kelly Slater (EUA), Mark Occhilupo (AUS) e Guga Arruda (SC) 09: Andy Irons (HAV), Taylor Knox (EUA) e Guilherme Ferreira (SC) 10: Phillip MacDonald (AUS), Paulo Moura (PE) e Pablo Paulino (CE) 11: Bruce Irons (HAV), Kalani Robb (HAV) e Fábio Gouveia (PB) 12: Jake Paterson (AUS), Bede Durbidge (AUS) e Tom Curren (EUA) 13: Daniel Wills (AUS), Tim Reyes (EUA) e Bernardo Pigmeu (PE) 14: Frederick Patacchia (HAV), Luke Stedman (AUS) e Guilherme Herdy (RJ) 15: Tom Whitaker (AUS), Greg Emslie (AFR) e Renan Rocha (SP) 16: Peterson Rosa (PR), Raoni Monteiro (RJ) e Kirk Flintoff (AUS)
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