Depois de cinco dias de espera, o Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 apresentado pela Billabong finalmente recomeçou neste domingo em Santa Catarina. Na primeira chamada, às 10 horas, as condições do mar ainda estavam muito ruins, mas foram melhorando e a primeira bateria foi iniciada às 13 horas em ondas variando de meio a um metro de altura na Praia da Vila, em Imbituba, 90 Km ao sul de Florianópolis. As disputas ainda podem ser transferidas para outro lugar, mas tudo indica que continuem no palco das decisões do WCT no litoral catarinense até quarta-feira, quando termina o prazo da décima e penúltima etapa do ASP Foster’s World Championship Tour (WCT) 2005.

"Tentamos de tudo para realizar o campeonato nas melhores condições, só que agora não tem mais prazo. O swell (ondulação) previsto para 1,5 a 2,0 metros de altura não vingou e vamos ter que rolar a competição no que tiver pela frente", explicou Xandi Fontes, diretor de prova do Nova Schin Festival WCT Brasil 2005. "Estamos checando diariamente não só a Joaquina e Imbituba, mas várias praias de norte a sul do estado e infelizmente estamos numa semana atípica. O mais incrível é que somando os 3 anos de WCT aqui em Santa Catarina, a Praia da Joaquina, uma das melhores ondas do país, não quebrou nenhum diazinho e aqui na Praia da Vila ainda não ficou clássico, com mais de 2 metros de altura, como comumente acontece", lamentou.

A preocupação dos organizadores era apresentar ondas de qualidade, já que pelo segundo ano consecutivo o título mundial da temporada pode ser decidido no Brasil, antes da grande final em Banzai Pipeline, no Havaí. Nesta segunda-feira, os dois únicos candidatos entram no mar e o americano Kelly Slater pode até ser consagrado heptacampeão se o havaiano Andy Irons for desclassificado. Os dois estrearam com vitórias na terça-feira e garantiram passagem direta para a terceira fase.

Quatro brasileiros também começaram vencendo na primeira rodada. O fluminense Victor Ribas, o potiguar Marcelo Nunes e o paulista Adriano de Souza, o Mineirinho, ganharam suas baterias na terça-feira. Mais cinco fizeram suas primeiras apresentações no Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 no domingo e o carioca Raoni Monteiro levantou o bom público que enfrentou o vento sul com céu nublado e chuvas ocasionais numa bela vitória, encerrada com um aéreo fenomenal.

"É frustrante ficar quase cinco dias esperando, acordando cedo para saber se vai ter onda, se o campeonato vai rolar ou não, em que praia, mas essa falta de onda acontece em todo o mundo, não é só aqui. No final acabou dando tudo certo, consegui me concentrar bem, pegar duas boas ondas para vencer a bateria e seguir direto para o terceiro rounde", falou Raoni Monteiro, após a vitória sobre o niteroiense Guilherme Herdy e o vice-campeão do Nova Schin Festival WCT Brasil no ano passado, o australiano Tom Whitaker, que terminou em último lugar e vai ter que encarar a repescagem em Imbituba.

RECORDE IMBATÍVEL DE NUNES - Na última bateria da primeira fase classificatória, o australiano Kirk Flintoff deu o troco quase batendo o recorde do campeonato, mas não conseguiu superar os 16,90 pontos registrados pelo potiguar Marcelo Nunes na segunda bateria realizada na terça-feira nas mesmas ondas da Praia da Vila, em Imbituba. Flintoff somou 16,70 pontos em suas duas melhores ondas surfadas contra o paulistano Renan Rocha (14,47 pontos) e o paranaense Peterson Rosa (9,63).

Por décimos de diferença, ele bateu o havaiano Frederick Patacchia, que tinha marcado 16,33 pontos na vitória sobre o pernambucano Bernardo Pigmeu (11,60) e o sul-africano Greg Emslie (10,50). "As condições estão difíceis, mas são as melhores ondas até agora nos últimos dias e estão boas para competir. Estão bem menores do que esperávamos, mas consegui pegar umas boas para vencer a bateria e vamos ver agora na próxima fase", disse Patacchia, que está disputando sua primeira temporada na divisão de elite do surfe mundial e defende a 15ª posição no ranking do WCT 2005.

O domingo foi inaugurado com uma surpreendente vitória do ex-tricampeão mundial Tom Curren sobre os australianos Daniel Wills e Luke Stedman. Isso porque ele passou a noite inteira com vômitos e diarréias e estava ainda bem fraco antes de entrar no mar. "Fui bem atendido pelos médicos aqui do evento, que passaram uma medicação e melhorei bastante, não chegou a prejudicar meu rendimento na bateria", confessou Tom Curren, que está competindo como convidado da Nova Schin.

KELLY SLATER - Outro resultado incrível foi o conquistado pelo catarinense Guilherme Ferreira, que despachou o número 5 do ranking mundial, Trent Munro, da Austrália, na segunda bateria da repescagem. Ele agora vai enfrentar o hexacampeão Kelly Slater no oitavo confronto da terceira rodada do Nova Schin Festival WCT Brasil 2005. "Para mim é um sonho só em disputar esse campeonato contra os melhores do mundo e maior ainda em poder competir numa bateria contra o Kelly Slater. Ele está na briga do título e eu vou tentar surfar o que eu sei, manobrar com força e buscar a vitória", prometeu Gui Ferreira.

A previsão era realizar até a sexta bateria da repescagem no domingo. Na primeira, o australiano Mick Fanning, vice-campeão da primeira edição do Nova Schin Festival WCT Brasil em 2003, vencida por Kelly Slater, derrotou o vice-campeão catarinense Guga Arruda. As disputas devem recomeçar às 7 horas nesta segunda-feira em Imbituba e o dia vai começar com o paranaense Peterson Rosa enfrentando o campeão catarinense Diego Rosa na Praia da Vila.

O Nova Schin Festival WCT Brasil 2005 é apresentado pela Billabong e tem a Nova Schin como principal patrocinador, contando ainda com o co-patrocínio do Governo do Estado de Santa Catarina e da Tropical Brasil, única marca de surfwear presente no evento desde a sua primeira edição, além do apoio do Portal Terra e divulgação da Revista Fluir, Rádio Atlântida FM e site Waves/Terra. O evento é realizado pela Gate Serviços e Eventos e Federação Catarinense de Surf (FECASURF) e será transmitido ao vivo pelo SPORTV.