A produção de camarão no Brasil cresce cerca de 50% ao ano desde 1995, quando a atividade modernizou seu sistema de administração. Em 1997, a produção chegava a 1,6 mil quilos. Em 2002, já superava seis mil quilos. O Brasil é hoje um dos maiores exportadores de camarão. Por outro lado, a atividade desperta a preocupação dos ambientalistas. Muitas fazendas de criação de camarão estão localizadas em manguezais, o que não é permitido, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo o coordenador geral de Licenciamento Ambiental do Ibama, Luís Felipe Cunha Júnior, existe uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 2002, proibindo essas criações em manguezais. Segundo o coordenador, algumas fazendas de camarão foram instaladas antes da resolução do Conama. Ele disse que a maioria está localizada na região Nordeste. "Nós temos ainda, principalmente nos estados do Nordeste como Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão e Piauí, fazendas que estão em áreas de manguezal. Elas estão sendo objeto de termos de ajustamento de conduta que visam a retirada dos tanques de criação de dentro dos manguezais", informou o coordenador. Ele revelou que, de cinco a dez anos, os manguezais atingidos serão recuperados. Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão, Itamar Rocha, os métodos utilizados atualmente preservam o meio ambiente. O setor trabalha com sistema de aeração e a maioria das fazendas passa até dois anos sem trocar a água do tanque com o meio ambiente, disse o empresário. Itamar Rocha informou ainda que os produtos utilizados na criação do camarão são biodegradáveis.
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