A extorsão, por meio de telefonemas "falsos", é uma modalidade de crime cada vez mais praticada nas grandes cidades. Este golpe cresce pela facilidade de aplicação, pelo pouquíssimo risco para quem o aplica, pelo baixo custo e pela probabilidade de sucesso. Guilherme Samuel, superintendente da Transbank e especialista do site www.fiquetranquilo.com.br (do Grupo Nordeste, líder em segurança privada no Brasil) explica como evitar estes golpes, ou agir para resolvê-los. Na extorsão telefônica, um criminoso (ou uma quadrilha) levanta previamente os dados de uma família: nome de seus componentes; números de telefones comerciais e/ou celulares; características físicas principais; onde trabalham; onde estudam; locais que freqüentam etc. Quanto mais informações, maior a probabilidade de sucesso ao aplicar o golpe. De posse desses dados, o bandido faz contato com um dos familiares (normalmente, a mãe), e informa que seqüestrou um parente próximo (normalmente, um filho). E usa os dados levantados para dar credibilidade à conversa. Dependendo da reação do (a) extorquido (a), varia o tom da conversa: vai de um tom amistoso, a ameaças de extrema violência. Tudo isso sempre com um objetivo: fazer com que a vítima pague um valor pela libertação do "seqüestrado" (normalmente, via depósito bancário ou crédito para telefone pré-pago). Para o sucesso da operação, os bandidos tentam: · Manter a vítima em contato permanente, não permitindo que desligue o telefone; · Quando possível, manter o "seqüestrado" incomunicável: algum outro membro da quadrilha faz contato simultâneo com ele; ou ele, de fato, está incomunicável. Como evitar Há algumas ações que dificultam, ou até impossibilitam este golpe: · Nunca atender o telefone dizendo "aqui é fulano que está falando". Nem com a frase "é da casa de fulano". Sempre se deve perguntar: "com quem quer falar?". Ou "para que número ligou?". Até se certificar com quem se fala, não se deve confirmar nome, endereço etc. Deve-se orientar empregados e familiares a também agir assim; · Em secretária eletrônica, não se deve gravar mensagens com o nome de pessoas da família; · Nunca se deve fornecer dados da família (nomes, números de telefones, endereços de escola/trabalho, números de contas-correntes ou de cartões de crédito etc.) por telefone. É comum o bandido usar o próprio telefone para levantamento de informações, fingindo ser prestador de serviços; · Deve-se utilizar algum serviço identificador de chamadas. E se acontecer? Quem receber algum telefonema com características de extorsão, deve: · Tentar se manter calmo, procurando dominar a conversa, até mentindo, se a situação exigir. Pode ser que uma informação falsa faça o bandido cair em contradição, comprovando se tratar de um "trote" criminoso; · Se ainda assim não resolver, deve-se desligar o telefone e procurar ajuda de alguém de inteira confiança, para auxílio na condução das negociações. Ganhar tempo é sempre importante em situações deste tipo. Pode até fazer o bandido desistir, além de permitir que a família localize o parente "seqüestrado"; · É fundamental comunicar o fato à polícia. Lembrete: Pagar resgate é sempre a última providência a ser tomada em casos de seqüestros, e só deve ser feito quando se esgotarem todas as tentativas de acordo.
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