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Educação
20/11/2005 - 17h21
Língua é acesso ao patrimônio da humanidade
 
 

"O mundo é uma aldeia global". Essa frase, usada freqüentemente, foi dita pelo considerado profeta da globalização, Marshall Mcluhan, em 1960, época em que as tecnologias estavam longe do que se vê na atualidade: internet, satélites, celulares. As previsões do pensador canadense se concretizaram e, hoje, os meios de comunicação se sofisticaram de tal forma, que até Mcluhan se surpreenderia. O mundo todo pode ser aqui.

Impõe-se um desafio, nessa perspectiva, aos educadores de ensino básico em nosso País. Como lidar com a tal globalização? Como preparar as crianças e os jovens para enfrentar essa avalanche de informações à disposição em apenas um clique e que seu acúmulo já não é mais garantia de sucesso?

Uma das formas encontradas por escolas atentas à questão é a ampliação do contato de seus alunos com línguas e culturas estrangeiras, em diferentes níveis, ao longo da escolaridade. "É importante que eles conheçam o que é do outro, as expressões das diversas línguas, os variados discursos, a literatura, o debate", coloca Manuela de Castro Anabuki, diretora da Escola Carlitos, em São Paulo (SP), e criadora do projeto "Multilingüismo", uma maneira inovadora de conceber o ensino de línguas.

Nessa escola, os alunos têm contato, já a partir dos 3 anos de idade, com francês, espanhol, italiano e até línguas mais "distantes", como alemão. Esse primeiro "convívio" é feito por meio de um informante, necessariamente nativo, que sempre traz traços da cultura do país da língua de origem. Isso se dá por meio da culinária, de músicas de uso comum como "Parabéns a você", do gestual, enfim, muito mais do que a língua e a gramática: toda a carga cultural que vem com ela.

A partir da 1ª série do ensino fundamental, o francês e o espanhol fazem parte da currículo regular, bem como o imprescindível inglês. Mas os informantes continuam a atuar até a 8ª série. "Nossa preocupação não é simplesmente que os alunos tenham uma pronúncia igual a de um nativo. Acreditamos sim que, ao conhecer outras línguas, o aluno reinveste na sua língua materna, fazendo analogias e reconstruindo-a", reflete Anabuki. Dessa maneira, aposta a educadora, os estudantes adquirem um conhecimento profundo do funcionamento das línguas (a materna e a estrangeira), reafirmando mais uma vez a teoria de que a pessoa que só conhece uma língua, não conhece verdadeiramente essa língua.

Entre a 5ª e 8ª série, o relacionamento com as línguas estrangeiras acontece de maneira mais complexa. Os alunos fazem leitura de jornais em vários idiomas e tentam verificar de que forma, em cada um, a notícia é construída. Por ocasião da morte do brasileiro em Londres, puderam verificar uma variedade de intenções da notícia, expressa por meio do uso da língua. "Isso é de uma riqueza enorme. O aluno cria uma rede de analogias entre as línguas que está aprendendo, além do incentivo ao pensamento crítico", completa.

Os alunos maiores também mantêm correspondência freqüente com jovens de outros países, seja via internet ou via correio. Existe, também, uma preocupação em trocar experiências. "No ano passado, os alunos da 4ª série da Carlitos produziram um vídeo para alunos franceses para que aprendessem como se joga capoeira", conta Anabuki. "Foi um sucesso entre a garotada francesa", diz a diretora que é informante brasileira na França.

Um aspecto destacado neste trabalho é a importância de os alunos conhecerem representações diferentes da mesma língua. Assim, o inglês falado na Inglaterra é diferente do falado nos Estados Unidos, que é diferente do falado na Austrália, que é diferente do falado no Canadá. Assim como o francês da França e do Marrocos, ou o espanhol da Argentina e da Espanha.

Portanto, ao ensinar línguas estrangeiras, a Escola Carlitos tem como principal intuito enriquecer a formação cultural de seus alunos. O incentivo à aquisição de competências lingüísticas em várias línguas, que acontecem em situações de expressões que marcam a cultura de um povo, possibilitam que o estudante tenha acesso ao imenso patrimônio da humanidade, de uma forma muito mais aprofundada do que um simples clique.

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