Um terço das pessoas contaminadas pelo HIV na América Latina vive no Brasil
Está no Brasil um terço das 1,8 milhão de pessoas que vivem com HIV (o vírus causador da aids) na América Latina, segundo o Relatório Mundial sobre Aids, referente a 2005. O documento foi divulgado dia 21 pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde 2003, foram registrados 200 mil novos casos na América Latina, com 66 mil mortes. O relatório explica que a grande concentração de casos no país ocorre basicamente em razão do elevado número de habitantes, cerca de 180 milhões de pessoas. Em relação ao Brasil, o estudo destaca a falta de conhecimento dos jovens entre 15 e 24 anos sobre as formas de transmissão da doença. Cerca de 38% deles não souberam mencionar espontaneamente os meios de contágio. De acordo com o diretor do Programa Nacional de DST/aids, Pedro Chequer, quando a pergunta é estimulada (oferece respostas de múltipla escolha), mais de 90% dos jovens demonstram ter conhecimento sobre o assunto. Sobre a situação mundial, o relatório aponta que, apesar de ter sido identificada queda no número de casos em alguns países, a aids continua crescendo, tendo atingido cerca de 40,3 milhões de pessoas em 2005. Em 2003, eram 37,5 milhões de infectados (o relatório não traz os dados referentes a 2004). Cinco milhões de pessoas contraíram o vírus HIV em 2005 Em todo o mundo, o número de pessoas que vivem com o vírus HIV passou de 37,5 milhões, em 2003, para 40,3 milhões este ano. Cerca de 5 milhões contraíram o vírus só em 2005. É o que aponta a edição do relatório. Mais de 3 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas à aids em 2005, sendo que cerca de 570 mil eram crianças. Segundo o relatório, os países da Europa Oriental e da Ásia Central apresentaram os maiores índices de crescimento da doença. Em relação a 2003, houve um aumento de 25% no número de casos, que hoje somam 1,6 milhão. O número de mortes de pessoas infectadas quase duplicou nesse período, com 62 mil registros este ano. A África subsaariana continua a ser a região mais afetada em termos globais, com 64% de novas infecções (mais de 3 milhões de pessoas). A falta de informação é apontada como um dos agravantes para a epidemia. Em 24 países subsaarianos, como Costa do Marfim, Quênia e Nigéria, pelos menos dois terços das jovens entre 15 e 24 anos precisam de melhor acesso a informações sobre as formas de transmissão do HIV. "Vemos um grande aumento do que chamamos de feminização, ou seja, há cada vez mais mulheres com HIV/aids, porque homens adultos estão abusando de crianças e adolescentes. Isso é parte de toda uma temática que precisa ter uma mudança de atitude", afirmou o diretor do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) na América Latina e Caribe, Nils Kastberg.
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