Roxy Jam é encerrado com ondas gigantes em Anglet, na França.
| Karen Wilson |  | | | A peruana Sofia Mulanovich no Roxy Jam France. |
|
O sábado (29/05) foi mais um dia de ondas pequenas e de adiamento do Quiksilver Pro Fiji, mas na França as baterias decisivas do Roxy Jam foram realizadas em séries pesadas com mais de 2,5 metros de altura (6 a 8 pés) na praia La Madrague, em Anglet. A catarinense Jacqueline Silva perdeu na primeira bateria do dia e o quinto lugar na prova a manteve na terceira colocação no ranking mundial. Já a nova líder Sofia Mulanovich conquistou sua terceira vitória consecutiva nas quatro primeiras etapas do ASP World Championship Tour (WCT) 2004. A jovem peruana, de apenas 20 anos de idade, fez a melhor apresentação de todo o campeonato ao totalizar 18,85 pontos de 20 possíveis nas quartas-de-final. Depois atropelou a hexacampeã Layne Beachley (AUS) na semifinal e na decisão do título derrotou a atual vice-campeã mundial, Keala Kennelly (HAV). O próximo confronto do WCT Feminino está previsto para acontecer nos dias 20 a 26 de setembro no Brasil, que agendou um evento móvel nas principais praias de Florianópolis (SC), porém ainda está para ser confirmado. Será uma grande oportunidade para as brasileiras Jacqueline Silva e Tita Tavares poderem competir em casa, pois desde que elas ingressaram na elite mundial, o WCT Feminino não passa pelo Brasil. Na França, a cearense Tita foi derrotada por Trudy Todd na terceira fase e terminou em nono lugar na prova, caindo da quinta para a oitava posição no ranking. Já a catarinense Jacqueline foi eliminada no primeiro confronto deste sábado pela defensora do título do Roxy Jam, a também australiana Chelsea Georgeson, na abertura das quartas-de-final. A brasileira só conseguiu pegar três ondas nas difíceis condições do mar em La Madrague, com séries pesadas de mais de 2 metros de altura e forte correnteza. Ao contrário, a australiana abriu a disputa com uma nota 7,0 e em sua sétima e última apresentação arrancou uma nota 8,75 para confirmar uma larga vantagem na vitória por 15,75 x 9,00 pontos. Jacqueline Silva recebeu 3.000 dólares de prêmio e marcou 552 pontos pelo quinto lugar em Anglet, o suficiente para se manter na terceira colocação na classificação geral após a quarta das sete etapas da temporada. A catarinense venceu o primeiro desafio do ano na Gold Coast e largou na frente na corrida pelo título mundial, que há 6 anos vem sendo conquistado pela australiana Layne Beachley. Depois, a havaiana Rochelle Ballard assumiu a ponta, sendo vice-campeã na Gold Coast e também em Fiji e no Tahiti. Mas, a América do Sul voltou ao topo do ranking agora com a peruana Sofia Mulanovich, que comprovou a ótima fase que atravessa ao conquistar sua terceira vitória consecutiva. A série invicta começou nas Ilhas Fiji, passou pelo Tahiti e foi sacramentada na França. Em sua primeira apresentação no sábado decisivo do Roxy Jam, Mulanovich arrancou notas 9,25 e 9,60 em suas duas primeiras ondas surfadas nas quartas-de-final, para estabelecer a imbatível marca de 18,85 pontos de 20 possíveis. A hexacampeã mundial Layne Beachley ainda bateu o recorde de maior nota - 9,65 - na disputa seguinte, mas não foi páreo para a jovem peruana na semifinal. A australiana pegou a melhor onda - nota 8,50 - da bateria, mas Mulanovich foi ampliando a vantagem a cada onda surfada: recebeu nota 7,75 em sua segunda apresentação e na seqüência tirou notas 6,5/7,9/7,5 para confirmar a vitória e a última vaga na grande final do Roxy Jam com um folgado placar de 15,65 x 10,75 pontos. Já a primeira semifinal foi bem mais disputada e definida por uma pequena diferença: 14,90 x 14,25 pontos. Mesmo tirando notas 7,00 e 7,25 em suas duas melhores ondas, a australiana Chelsea Georgeson acabou impedida de tentar o bicampeonato na França. A havaiana Keala Kennelly mostrou muita coragem ao aplicar várias manobras numa grande onda para arrancar uma nota 9,40 que acabou definindo o resultado a seu favor. Com isso, as australianas Layne e Chelsea, finalistas do Roxy Jam na França no ano passado, desta vez tiveram que se contentar com o terceiro lugar no pódio em Anglet. As séries continuavam subindo sem parar em La Madrague e as finalistas tiveram muito trabalho para conseguir um bom posicionamento no mar. A havaiana ainda fez quatro tentativas, mas todas frustradas e a soma das suas duas maiores notas não chegou a 4 pontos. Já a peruana Sofia Mulanovich só pegou duas ondas e a nota 4,75 recebida na primeira acabou decidindo o título com um fraco placar de 7,60 x 3,80 pontos. Elas chegaram exaustas na praia, com Mulanovich vibrando bastante com mais um prêmio máximo de 10.000 dólares e, principalmente, pela liderança no ranking mundial nesta sua primeira temporada no WCT. "Eu estou muito feliz, isto parece um sonho", disse a campeã. "Eu não posso acreditar nisso. Nas quartas e na semi eu peguei ótimas ondas, mas agora na final foi muito difícil. Eu ficava olhando todas essas ondas enormes passando e peguei tantas séries na cabeça que me senti ridícula. A Keala também sofreu, mas nada podíamos fazer", contou Mulanovich, que ainda não quer falar sobre título mundial. "Eu já tenho três resultados sólidos, mas não quero falar nada sobre isso. Não até o fim. Eu vou surfar toda competição como se ainda fosse a minha primeira", prometeu a bela peruana Sofia Mulanovich, a nova número 1 do mundo. Ranking WCT Feminino 2004 Após a 4ª etapa - ROXY JAM FRANCE 01)- 3960 - Sofia Mulanovich (PERU) 02)- 3276 - Rochelle Ballard (HAV) 03)- 2856 - Jacqueline Silva (BRA) 04)- 2616 - Layne Beachley (AUS) 04)- 2616 - Chelsea Georgeson (AUS) 06)- 2424 - Laurina McGrath (AUS) 07)- 2244 - Keala Kennelly (HAV) 08)- 2220 - Tita Tavares (BRA) 09)- 1824 - Trudy Todd (AUS) 10)- 1656 - Melanie Redman-Carr (AUS) 11)- 1632 - Heather Clark (AFR) 11)- 1632 - Samantha Cornish (AUS) 13)- 1440 - Melanie Bartels (HAV) 14)- 1260 - Lynette MacKenzie (AUS) 14)- 1260 - Pauline Menczer (AUS) 14)- 1260 - Megan Abubo (HAV) 17)- 900 - Prue Jeffries (AUS)
|