Agressão doméstica traz graves conseqüências à saúde mental e física de mulheres. Idéias suicidas, dependência de drogas, obesidade mórbida, ausência de desejo sexual e síndrome de estresse pós-traumático são algumas das conseqüências da violência doméstica, constatadas em estudo da FFCLRP O sofrimento das mulheres vítimas de violência doméstica traz graves conseqüências à saúde física e mental, podendo ser responsável pelo desenvolvimento de depressão e fobias. Essa foi uma das conclusões de uma pesquisa da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, em conjunto com a Universidade Hokusei Gakeun, no Japão. O estudo teve como base os atendimentos psicológicos a mulheres vítimas de violência doméstica nos plantões de apoio e acolhimento realizados por estagiários do curso de Psicologia da FFCLRP e por pesquisas de alunos da pós-graduação, na Delegacia de Defesa da Mulher em Ribeirão Preto, durante o ano de 2004. O resultado foi apresentado na 10ª Conferência Internacional de Violência Familiar, realizado em San Diego, Califórnia, Estados Unidos, no mês de setembro. O trabalho analisou as histórias de vida, o resultado das agressões sofridas e o motivo que as levaram a suportar essas relações durante anos, sem reagir. Entre os problemas apresentados pelas mulheres que convivem com seus agressores - na sua maioria o marido ou familiar -, estão idéias suicidas e dependência de drogas. A depressão, a obesidade mórbida, a ausência de desejo sexual, fobias, o uso de medicação controlada e síndrome de estresse pós-traumático são outras conseqüências constatadas. Dependência psicológica e econômica Segundo o professor Sérgio Kodato, essas mulheres vêem a violência que sofrem como inevitável, uma situação recorrente - traumática e irreparável - que acompanha suas histórias familiares, marcadas pela pobreza. "A dependência psicológica e econômica do agressor explica a falta de coragem e iniciativa para acabar com essa situação. Além disso, a impunidade jurídica e policial para esses homens e a falta de estrutura dos órgãos públicos para abrigar e proteger as mulheres ameaçadas de morte também colaboram", ressalta Kodato. Entretanto, quando esses agressores foram convidados a comparecer à delegacia, para explicar a queixa que as vítimas haviam feito, apresentaram uma mudança de comportamento. Segundo o professor isso indica que a intervenção de um agente externo, que tenha autoridade, diminui pelo menos por um período curto a conduta violenta. Em pesquisa realizada em 2001 pela Fundação Perseu Abramo com 2500 mulheres brasileiras, 43% delas disseram sofrer algum tipo de agressão. A responsabilidade do marido ou parceiro como principal agressor varia entre 53% e 70% das ocorrências de violência. Fonte: Serviço de Comunicação Social da Prefeitura do campus Administrativo de Ribeirão Preto.
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