CPI da Terra aprova relatório que propõe classificar ocupações de terra como ato terrorista
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra aprovou por 12 votos a 1 o relatório alternativo do deputado Abelardo Lupion (PFL-PR) como texto final. Antes, por 13 votos a 8, a CPMI da Terra rejeitou o documento do relator, deputado João Alfredo (Psol-CE). Lupion afirmou que "o setor produtivo não agüenta mais ser desrespeitado". Para ele, o relatório do deputado João Alfredo ameaçava o direito de propriedade da terra. Alfredo afirmava que a causa dos conflitos no campo é a falta de reforma agrária. Em seu relatório paralelo, que foi aprovado, Lupion sugere a aprovação de um projeto de lei que transforma em crime hediondo o saque ou invasão de propriedade privada. Também pede o enquadramento de ocupação de terra como ato terrorista. O relatório sugere ainda uma reestruturação para fortalecer o Banco da Terra – que realiza o financiamento para que os trabalhadores rurais comprem a terra. Três destaques apresentados pela senadora Heloísa Helena serão avaliados agora. Ela sugere que sejam retiradas do parecer as recomendações relacionadas à suspensão de repasses de recursos federais para atividades desenvolvidas por trabalhadores rurais. Também sugere que sejam retiradas do texto as sugestões dos dois projetos de lei. Os parlamentares que votaram contra o relatório do deputado João Alfredo afirmaram que o texto é contra o direito à propriedade da terra. O relatório pedia o fortalecimento de órgãos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para permitir a promoção dessa reforma. "A rejeição de nosso relatório é uma prova de que o que há de mais conservador e reacionário no país está muito bem representado no Congresso Nacional", afirmou João Alfredo.
|