Catarinense tira duas notas 9,5 nos tubos fantásticos de Restaurants.
| Pierre Tostee |  | | | O brasileiro Neco Padaratz no Quiksilver Pro, Tavarua Island, Fiji. |
|
Depois de cinco adiamentos consecutivos, o Quiksilver Pro finalmente recomeçou e nas melhores condições de ondas já vistas em Restaurants, na Ilha de Namotu, nos cinco anos do ASP World Championship Tour (WCT) em Fiji. O Brasil foi muito bem na repescagem, com o catarinense Neco Padaratz registrando um novo e incrível recorde de 19,00 pontos de 20 possíveis, ao tirar duas notas 9,5 nos tubos fantásticos de 2,5 metros de altura (6 a 8 pés) de Restaurants. O pernambucano Paulo Moura já tinha despachado um australiano e o niteroiense Guilherme Herdy vencido o confronto brasileiro contra Raoni Monteiro. Com isso, seis brasileiros vão disputar a terceira rodada, que foi iniciada ainda na terça-feira em Fiji, mas após a primeira bateria desabou um temporal na Ilha de Namotu e a competição foi suspensa na disputa verde-amarela que começaria em seguida, entre Paulo Moura e Neco Padaratz, que acabou transferida para às 8 horas da quarta-feira em Fiji, 5 da tarde desta terça-feira pelo horário de Brasília, com transmissão on-line pelo www.aspworldtour.com. As ondas foram melhorando durante o dia e, mesmo com o vento ainda forte, Restaurants apresentou condições clássicas para a realização da repescagem de "gala" do Quiksilver Pro Fiji 2004. O hexacampeão mundial Kelly Slater tirou a primeira nota alta da terça-feira logo na primeira bateria, recebendo 9,33 pontos em seu melhor tubo na tranqüila vitória sobre Isei Tokovou, surfista de Fiji. A maioria dos cabeças-de-chave confirmou o favoritismo, mas algumas baixas merecem destaque, como a do número 3 do ranking, Taj Burrow, por décimos de diferença - 9,70 x 9,60 pontos - para o veterano ex-bicampeão mundial Tom Carroll e a do vencedor do Quiksilver Pro Fiji 2002, Michael Lowe, que foi barrado em outro confronto australiano por Shane Powell - 16,90 x 11,57 pontos - na segunda e quarta baterias, respectivamente. Uma disputa caseira também marcou a estréia do Brasil na repescagem e o niteroiense Guilherme Herdy igualou o recorde de Slater em sua primeira onda, quando também recebeu 9,33 pontos em mais um tubo espetacular em Restaurants. Em sua segunda apresentação, Herdy tirou uma nota 6,0 que definiu o placar de 15,33 x 9,43 sobre o carioca Raoni Monteiro, o único que acabou eliminado em 33º lugar na prova, que dá direito a um cachê de 3.400 dólares pela participação e apenas 288 pontos no ranking do WCT. O pernambucano Paulo Moura também começou bem com uma nota 7,5 no confronto com Darren O’Rafferty, mas com duas ondas na casa dos 5 pontos o australiano assumiu a ponta. Moura ficou precisando de somente 2,57 pontos e falhou na primeira tentativa - nota 2,23 - mas nos minutos finais arrancou uma nota 4,4 para confirmar a vitória por 11,90 x 10,17 pontos. Depois desta bateria, as condições melhoraram bastante, as séries ficaram mais constantes e os recordes do Quiksilver Pro Fiji 2004 começaram a cair. Com notas 9,60 e 9,00, o norte-americano Damien Hobgood superou os 18,57 pontos da maior pontuação da primeira fase registrada pelo australiano Trent Munro. Na disputa seguinte, o australiano Lee Winkler recebeu notas 9,80 e 9,00 em mais dois tubos incríveis para ampliar a maior marca para 18,80 pontos. O SHOW DE NECO - Mas, o dono do recorde de maior pontuação trocou de dono de novo no confronto mais espetacular da repescagem. O australiano Michael Campbell pegou o primeiro tubo e abriu a bateria com uma nota 8,17. O catarinense Neco Padaratz, que chegou atrasado em Fiji no primeiro dia e perdeu por w.o. sua bateria na primeira fase, estreou em grande estilo num tubo ainda maior e mais profundo para tirar uma nota 9,5 em sua primeira onda surfada em Restaurants. As condições estavam épicas e Campbell pega outro ótimo tubo e responde com uma nota 9,0, abrindo 7,67 pontos de vantagem. Neco aguarda pacientemente por uma outra onda boa e é premiado com um belo tubo, fica entocado na primeira sessão, sai e entra em outro tubo, some lá dentro e reaparece batendo palmas, levantando os braços e vibrando com o momento mágico que lhe rendeu mais uma nota 9,5 e o incrível recorde de 19,00 pontos de 20 possíveis. Os 17,17 pontos totalizados por Campbell dariam para ele vencer treze das dezesseis baterias da repescagem, mas não essa e ele acabou em último lugar na prova. Logo em seguida, foi iniciada a terceira fase e o australiano Mark Occhilupo conquistou a primeira vaga nas oitavas-de-final do Quiksilver Pro Fiji. A previsão era continuar a competição, mas um temporal desabou na Ilha de Namotu quando iria ocorrer o segundo confronto brasileiro em Restaurants, pois o recordista Neco Padaratz foi colocado junto com Paulo Moura na segunda bateria. A escalação da terceira fase não foi boa para o Brasil. Além de Neco e Moura, uma outra disputa verde-amarela foi marcada entre Victor Ribas e Peterson Rosa na sétima bateria. Pelo menos, teremos dois atletas garantidos nas oitavas-de-final, mas dois acabarão eliminados em 17º lugar na competição, que dá direito a receber 4.225 dólares e 480 pontos. Quiksilver Pro Fiji - terceira fase 01- Mark Occhilupo (AUS) x Bruce Irons (HAV) 02- Paulo Moura (BRA) x Neco Padaratz (BRA) 03- Pat O’Connell (EUA) x Sunny Garcia (HAV) 04- C. J. Hobgood (EUA) x Alain Riou (TAH) 05- Luke Egan (AUS) x Beau Emerton (AUS) 06- Jake Paterson (AUS) x Marcelo Nunes (BRA) 07- Victor Ribas (BRA) x Peterson Rosa (BRA) 08- Andy Irons (HAV) x Tom Carroll (AUS) 09- Kelly Slater (EUA) x Frederick Patacchia (HAV) 10- Lee Winkler (AUS) x Richard Lovett (AUS) 11- Daniel Wills (AUS) x Tim Curran (EUA) 12- Guilherme Herdy (BRA) x Trent Munro (AUS) 13- Taylor Knox (EUA) x Shane Powell (AUS) 14- Damien Hobgood (EUA) x Kieren Perrow (AUS) 15- Mick Fanning (AUS) x Cory Lopez (EUA) 16- Dean Morrison (AUS) x Phillip MacDonald (AUS)
|