"A publicidade é a arma do negócio", proclamam os publicitários. A frase pode revelar uma grande verdade, se aplicada corretamente e com base em realidades palpáveis. Quando sem apoios reais e tangíveis, geralmente, leva ao descrédito e fixa, nos promotores, o pejo de mentirosos e enganadores. Freqüentemente deparamos com anúncios de obras e serviços que, depois, não acontecem, ou não o fazem, no tempo, para eles, previamente, prefixado. O Litoral Virtual de 1°-12-05 publicou comunicado, da Prefeitura Municipal, anunciando a construção de Centro de Convenções, com investimento de 1,5 milhões e inauguração em agosto de 2006. Nada temos contra. Não somos especialista ou iniciados no assunto. Entretanto ficamos descrentes quanto ao preço e ao prazo. Ambos não correspondem com o imaginário do que é um Centro de Convenções. Frente a essa discrepância é necessário saber o que está sendo denominado "Centro de convenções". Será, apenas, um teatro com algumas repartições complementares? Mesmo assim, o preço e o prazo, nos parecem exíguos. Já, estando se pensando em algo mais grandioso, cabe perguntar: Será, o Centro de convenções a solução para nossos problemas de turismo? Foi feita pesquisa para verificar a eventual demanda de eventos que permitam ocupar o Centro de modo permanente e rentável? Foram calculados os custos de manutenção que, necessariamente, vai ocasionar ao município? Foram pesquisados outros centros de convenções, particulares ou públicos, localizados em municípios do porte de Ubatuba, para verificar a conveniência de sua construção? Estas e outras questões devem ser analisadas antes de embarcar em obra tão custosa, tanto em termos de construção, quanto de manutenção. Cada vez que encontramos certos anúncios ou tomamos conhecimento de ações e mudanças políticas, na nossa avaliação, supostamente, feitas sem planejamento adequado, análise calma e ponderação prévia de efeitos e conseqüências para toda a comunidade, vem, a nossa mente, aquela "opera bufa", de agosto a dezembro de 1997, quando pela ação de supostos pastores, apóstolos e profetas, também divulgaram: projeto de Universidade, Centro de Convenções e Centro de Conveniências, a um custo de dez milhões de dólares, a serem emprestados do Banco Mundial, pela Prefeitura Municipal de Ubatuba e repassados, sem custo, a uma suposta fundação evangélica, a ser criada. Para o empreendimento foi desapropriada, com verba da Educação Municipal, área de 46.000 m², na Estufa II, no local onde, posteriormente, foi construído o FORUM. Que teria acontecido, com toda aquela farsa e orgia político-religiosa, não fossem alguns cidadãos aguerridos que a desmascararam?... Observadores detectam que parte dos atores, daquela opera bufa, estão de novo no palco, com elenco reforçado, e que, pelo andar da carruagem, da Administração Municipal, a cidadania e as forças vivas da comunidade devem ficar atentas para não termos que lamentar problemas futuros. Outros cidadãos observam atônitos o envolvimento e a suposta invasão do poder público por poderes supostamente religiosos, prejuízos que, supostamente, isso está causando e, a enorme distância existente, até o momento, entre a publicidade constante e a realidade e pequenez das realizações. Amantes de Ubatuba e de seu progresso que sempre fomos, desejamos que, o Exmo. Sr. Prefeito, seja libertado, das supostas amaras que o impedem governar de acordo com as programações, alianças e promessas divulgadas, na campanha. Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.
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