Ops, erraram!
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Ontem, antes de sair para a mobilização contra o corte das amendoeiras e retirada do sagrado Cruzeiro, em frente à praia de Iperoig, que estava marcada para ser realizada às 20 horas, li o release enviado pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura e publicado hoje aqui n’O Guaruçá. Difícil comentar. A Prefeitura afirma que a empreiteira (Construtora Lindenbach Ltda., de São Paulo (SP), empresa vencedora do processo de licitação da obra de cobertura), ontem, cometeu um pequeno erro na locação da feira, constatado pela conferência de rotina feita pela Secretaria de Arquitetura e Urbanismo. A verdade é que este pequeno erro, cometido com a utilização de aparelhos topográficos, foi informado antes de ontem para os secretários supostamente envolvidos (Meio Ambiente, Arquitetura e Urbanismo e Obras). Também foi informado para a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba - Fundart, Câmara Municipal de Ubatuba, Polícia Militar Ambiental, Ministério Público, OAB - Ubatuba, IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico), Associação em Defesa do Povo Caiçara e para mais alguns órgãos. Um pequeno erro que faria desaparecer a centenária amendoeira e o sagrado Cruzeiro, ícones de Ubatuba! Citando apenas um dos contatados, avisei (antes de ontem) ao engenheiro Rafael Ricardi Irineu, secretário de Arquitetura e Urbanismo, os fatos que estavam acontecendo e ele, estranhamente, afirmou desconhecimento. Até agora estou aguardando o retorno prometido, da vistoria que ele faria após passar pelo parque Trombini. Pela minha experiência, no mínimo, receberei um telefonema criticando o "estranhamente" e com desculpas esfarrapadas quanto ao retorno. A Prefeitura deixa transparecer que nunca teve a intenção de cortar as amendoeiras e/ou mudar o sagrado Cruzeiro de lugar, mas hoje a rádio Costa Azul afirmou que frei Aldo Pietrobon, pároco da igreja Exaltação da Santa Cruz foi procurado pela Prefeitura para uma possível mudança do Cruzeiro. Outro ponto questionável, do release, é a afirmação que a obra está em discussão com a comunidade há mais de dois anos. Com os feirantes, pode ser que sim, mas com a população isto não é verdade. Ontem pude constatar a preocupação dos feirantes que, mal organizados e sem o conhecimento do que estava acontecendo, compareceram ao local da mobilização para defender o seu ganha pão. O vereador (e feirante) Claudinho Gulli, PMDB, aos brados, defendia a feirinha questionando o silêncio da população quanto a construção do empreendimento feito no morro Curuçá esquecendo-se que foi um dos que também silenciaram. Não entendo esta mania de justificar um erro com outro. Gulli, aproveitando a platéia de feirantes, metralhou seus colegas vereadores e a comunidade. O petista Jairo dos Santos, presidente da Câmara Municipal de Ubatuba, a vereadora Luciana Machado, PDT, e o secretário de Administração, Silvio Bonfiglioli Neto, também estiveram presentes na mobilização. O importante é que a administração Eduardo César (PL + PT), percebendo o enorme erro cometido, apesar de transferi-lo para a responsabilidade de outros, voltou atrás. Cabe-nos fiscalizar para que a administração não faça por aqui o que vem fazendo na praia Grande. De antemão recomendo que o processo licitatório seja revisto, pois um pequeno erro de aproximadamente 15 metros, cometido com a utilização de aparelhos topográficos, como dito anteriormente, desqualifica ou pelo menos coloca em dúvida a competência da empresa em executar o objeto do contrato. Nada tem de desprezível o montante de R$ 570.714,35 (R$ 453.883,40 repassado pelo DADE e o restante - R$ 116.830,95 - custeado pela Prefeitura). Para hoje está marcado um ato público a ser realizado nas proximidades do sagrado Cruzeiro, às 16 horas.
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