Passadas as festas de fim de ano, é hora de vasculhar a Rede em busca de novidades. E não demorou para que uma surgisse. Estava eu lendo meu e-mail no primeiro dia útil deste ano quando me deparei com uma notícia do Estadão sobre a adoção do jornalismo digital pelo prêmio Pulitzer, o Oscar da imprensa norte-americana. O que pode parecer um fato sem muita importância devido às inúmeras premiações similares e a possíveis descréditos por parte de concursos desse tipo, deve ser encarado como uma evolução significativa. O prêmio Pulitzer foi criado em 1917 em homenagem ao jornalista húngaro Joseph Pulitzer, que havia morrido seis anos antes e é tido como o homem que revolucionou o jornalismo nos Estados Unidos. Hoje, o Pulitzer é considerado por muitos o maior prêmio que um veículo ou um jornalista norte-americano pode receber. Para ilustrar o peso da tradição da premiação por lá, quem tem um Pulitzer ganha uma espécie de rótulo eterno de respeito. Agora, pouco menos de um século depois, a edição 2006 do prêmio abraça a mídia digital abrindo concursos para reportagens publicadas em portais e, acreditem, weblogs. Segundo a notícia publicada no Estadão, de acordo com o regulamento, candidatos à categoria Pulitzer Internet podem inscrever apenas material que contenham textos e imagens publicados em portais e blogs. Para o momento, não são aceitos áudios e vídeos. Os ganhadores da edição desse ano, cujas inscrições vão até o início de fevereiro, serão anunciados em abril. O que se mostrou uma verdadeira tendência em 2005, o interesse de instituições tradicionais pelas novas mídias parece ter entrado o novo ano com a mesma força. Vamos ver a aceitação e as escolhas da nova categoria do Pulitzer. No mais, vale a pena conferir o site do prêmio, que traz informações sobre os ganhadores do ano passado, assim como a história da premiação e um dos desejos que seu inspirador, ainda segundo notícia do Estadão, deixou registrado no testamento: "a vontade de instituir um prêmio que estimulasse o jornalismo e as artes". Feliz 2006.
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