Senhor!
Abençoai os loucos
Que vivem soltos
A deriva da insanidade...
Abençoai-os com o toque suave
De sua Sabedoria,
Que aos olhos oblíquos deste mundo
É tão louca
Quanto os versos insanos
Deste poeta demente.
Senhor!
Brilho que radia a abóbada celestial
Com o luzir da esperança
Nunca perdida,
Agraciai os lunáticos com sua
Compaixão...
Que frente ao pétreo coração
Deste mundo sem pulsação
Não passa de devaneio,
Coisa de louco mesmo
Que tenta viver na contramão
De um mundo sem razão
Por cultuar a sua falta de proporção...
Oh! Senhor!
Logos que inspira os Sábios,
Lirismos que insufla os sátiros,
Loucura que salpica os visionários,
Enlouqueça o mundo em seus átrios,
Para salvar-nos da demência normatizadora
Que habita a alma humana
Ciosa por ser Deus
Sem ao menos,
Um dia...
Ter sido humano!