Tive a oportunidade de conhecer um turista de nacionalidade alemã que estava em Ubatuba, lá nos idos anos 70, e perguntei o que estava achando de Ubatuba. A resposta veio rápida, Ubatuba quando se olha pro mar é muito bonita. Mas existe quem não concorda ou não dá a mínima e vem permitindo a construção de uma verdadeira muralha erigida com carrinhos de lanche, quiosques, montoeira de varas de eucalipto cobertas por plástico amarfanhado, cercas de "taubuas" e casinhas de retalhos de chapas de zinco. Isso vem acontecendo em uma área de uso comum, a mesma ocupada pelo parquinho de diversões, indo da Barra dos Pescadores até o fim da avenida Leovigildo. Não havendo ninguém sofrendo de neuroses transferenciais ou confusões alucinatórias pergunto: como é que isso foi acontecer em plena temporada mesmo que em caráter provisório? Quem permitiu emporcalhar o cartão-postal da cidade que é a baía do Itaguá? Se a assertiva, as manifestações externas são o reflexo do interior for correta aí sim a coisa preocupa e o diagnóstico é um só: amência de Meynert, onde o indivíduo não percebe o mundo exterior e se recusa aceitar novas percepções. Esse amontoado de coisas afetam e agridem a estética local assim como também os buracos, o pó, a lama, as bicicletas jogadas nos passeios públicos, os moradores de rua, os flanelinhas desocupados e afins. Causa de insegurança e desconforto é a ausência do agente público fardado que é o obstáculo entre a intenção e a oportunidade de se praticar o delito. É imperioso que a polícia se faça presente "25" horas por dia. Boa iluminação e ausência de mato desestimulam a marginalidade. Quando fatos, ainda que pareçam pequenos, incomodam a comunidade e são ignorados pela administração pública são sinais claros que ninguém se importa com o que está acontecendo e que as pessoas não contam, sendo-lhes negado o direito de sonhar com um município melhor, podendo-se concluir que o município não vem recebendo os benefícios de uma administração eficaz. Chega de buracos, chega de respingos de lama, chega de calçadas sujas e esburacadas, chega de locais de uso comum invadidos, chega de pontes com ferragens expostas, chega de bicicletas na contramão, chega de falta de policiamento, chega de mau gosto. Está na hora de começar a trabalhar já que o compromisso foi assumido e os salários têm sido pagos.
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