Quando o M. Twain disse a famosa frase supra, referia-se ao Congresso Americano. Foi no começo do século passado, se não estiver enganado. Se tivesse olhado um pouco mais para baixo, no mapa, descobriria que sua frase continuaria valendo não só para o congresso em questão. Os valeriodutos e mensalão não me deixam mentir.

Eivados pela brilhante amostra que temos dos homens públicos brasileiros, a sórdida contaminação do que não se deve fazer quando em cargo público ou não, contaminou os escalões mais baixos, dos subalternos. Todos se locupletam. Dizem que isso é normal, é Brasil, não há problema, estamos acostumados. Ou: não vi, não ouvi, não sei. Ainda o presidente da Câmara, essa mesma que qualquer dinheiro compra, diz que tudo o que vimos e ouvimos durantes as cpis de 2005 foram invencionices, que o mensalão não existiu.

Vivemos num mundo do faz-de-conta. A eles tudo é permitido. Antes, durante, depois e pt saudações. Não foi para isso que foram eleitos: para nos redimir de nossos pecados, atrasos, FMI, distribuição de renda, a burguesada que se lixe, a crasse (ô revisor, é com r mesmo!) operária vai, finalmente, ao paraíso?

Já escrevi aqui: em que buraco você vive? Hum? Parece que os buracos são um inferno nacional. Não é privilégio ubatubano. O governo, ano eleitoral, já soltou dinheiro e começou a operação tapa buraco. Aqui o querido prefeito já começara antes. Podemos reclamar, dizer que tapa buraco nada resolve, é dinheiro jogado no próprio? Como? A idéia vem de cima. Eles têm a quem imitar, seguir. É tudo uma farsa, um atraso de vários anos. A conta, claro, nós pagamos.

A árvore no Cruzeiro que sucumbiu na calada da noite, rodeada pelos acólitos do senhor prefeito depois de uma penada de um subalterno dito engenheiro e ambientalista(!) que muito a propósito ficou famoso do dia pra noite, já estava condenada de antemão pelos burocratas de plantão. Os buracos que temos de enfrentar, a degradação urbana da Avenida Iperoig, os Trombinis da vida, os andarilhos pedintes que se escondem em vias públicas e agora o tal Centro de Convivência tudo isso e o que mais vier já estava esboçado, eles já tinham nos condenados aos buracos, a sucumbir como a árvore, a procrastinar sempre.

Há pelo menos vinte anos não temos uma administração decente. Executivo e legislativo. Além da maldição de Cunhambebe temos a de Mark Twain. Acólitos para explicaram o porquê disso ou daquilo não faltam. Para assinar idem. O prefeito poderá até alegar que não tem nenhuma solução, mas certamente admira o problema.* Esse parece ser o seu mote. Logo aparecerá alguém tentando nos convencer que é assim mesmo, que foram invencionices, quiçá, dirão até que a árvore nem existia, doentes éramos nós.

L C S Penna é ubatubano mas cogita em virar ubatubense.

I don’t have any solution but I certainly admire the problem. - Ashleigh Brilliant