Campeão mundial júnior, Jefferson Silva comanda a equipe brasileira no Pan-Americano de Surf no Peru
Campeão brasileiro e mundial júnior, o surfista Jefferson Silva, da equipe Natural Art, será um dos grandes destaques da delegação brasileira no Pan-Americano de Surf, que terá a sétima edição na Praia de La Isla, em Punta Hermosa, no Peru, entre os dias 16 e 23 deste mês. Preparando-se para iniciar a carreira profissional, o surfista de Bertioga quer fechar o ciclo, garantindo também o título pan-americano. Esta será a sua 2ª viagem internacional. A estréia foi nas ondas da Califórnia, quando faturou o ISA World Junior Championships, em Huntington Beach, uma conquista inédita para o surf brasileiro, desde a criação da categoria na década de 80 e a mesma de onde despontaram grandes nomes do surf mundial, como Tom Currem e Damien Hardman. "Estou indo para ser campeão e novamente comemorar no exterior uma vitória para o Brasil. O título mundial deu muita motivação e tenho certeza de que mais uma conquista vai ajudar muito", disse o competidor patrocinado pela surfwear Natural Art. "Depois do Pan, vou entrar de cabeça na carreira profissional já vou correr os WQS de Noronha e Costão do Santinho. Este ano o objetivo é tentar a vaga para o Super Surf", ressaltou o atleta revelado na Escolinha de Surf da Riviera, sob orientação dos técnicos Thiago Ferrão e Alexandre Zeni. "A meta é que o Jefferson pegue uma boa base em vários tipos de ondas e em quatro ou cinco anos esteja no WCT", comentou Ferrão. Junto com Jefferson Silva, o time brasileiro contará com o catarinense Tomas Hermes, o potiguar radicado em SP, Jadson André e o paulista Giancarlo Zampieri na júnior; os também paulistas Gilmar Silva e Flávio Nakagima, o paranaense Caetano Vargas e o baiano Bruno Galini na open; a catarinense Marina Werneck e a paranaense Bruna Schimtz na feminina; o catarinense Alex Leite e o paranaense Marco Kamers na longboard. Já no bodyboard o Brasil terá o baiano Uri Valadão e os capixabas Erisberto Abrantes e Christiane Kale. Na parte técnica, a equipe terá o catarinense Otoney Xavier, o baiano Adalvo Argolo e os paranaenses Juca de Barros (presidente da Confederação Brasileira de Surf) e Isso Thá. Além disso, o Brasil contará com mais dois destaques no evento, o catarinense Jordão Bailo, atuando como um dos head judges, e o paulista Marcos Bukão, que será o diretor de prova do Pan pela sétima vez. BRASILEIRO É O DIRETOR DE PROVA - Natural de Santos, Bukão tem grande experiência no comando dos grandes eventos, sendo o diretor do ISA Games desde 1994, na edição realizada no Rio de Janeiro. Depois, dirigiu mais oito campeonatos - Estados Unidos, em 96; Portugal, em 98; Brasil (Maracaípe) em 2000; África do Sul em 2002 e 2003 (júnior); Equador em 2004; Tahiti, em 2004 (júnior) e Estados Unidos no ano passado. Neste ano, ele já está iniciando os trabalhos para a realização do ISA Junior Quiksilver, na Praia da Maresias, em São Sebastião, no mês de maio. Já no Pan, esteve à frente de todos. "O Brasil é tetracampeão pan-americano. Este evento no Peru refere-se a 2005 e estamos esperando a presença de 16 países. Com a não confirmação da equipe norte-americana, nossos mais tradicionais rivais, a briga pelo título promete ser entre o Brasil e os donos da casa. Mas equipes como Venezuela e Porto Rico podem surpreender", explicou Bukão, lembrando que a competição é realizada simultaneamente em dois palanques. RICA TRADIÇÃO NO SURF - O Peru é um dos países mais ricos em ondas do mundo e recebe swells do Sul, Oeste e Norte ao longo do ano todo em sua extensa costa e milhares de diferentes picos, com diferente qualidade de ondas. Em Pico Alto, por exemplo, pode-se surfar ondas de até 25 pés, em Cabo Blanco pegar tubos de dez segundos e em Chicama manobrar em longas paredes que têm um percurso de até dois quilômetros. A tradição do surf no Peru remonta até 3000 anos antes de Cristo. Foram encontrados vestígios da utilização de "cavalos de totora", embarcações utilizadas para a pesca que têm uma semelhança incrível com as pranchas de surf e foram utilizados pelos povos antigos do Peru para deslizar até a beira do mar, após um período de pescaria. Muito depois, durante a década de 60, os surfistas peruanos destacaram-se a nível mundial, nas enormes ondas havaianas nas quais Felipe Pomar, Miguel Plaza, Ivo Hanza e Sérgio Barreda, entre outros, ganharam o respeito dos atletas locais. Por outro lado, o Peru destacou-se com seu surf nos clássicos campeonatos realizados em Punta Rocas. Em 1965, Felipe Pomar foi coroado Campeão Mundial. Assim, o Peru é o único país latino-americano que tem campeões mundiais na primeira divisão do surf: Pomar em 65 e Sofia Mulanovich no WCT de 2004.
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