Bruno Lemos

Acostumado a passar metade do ano em picos, principalmente, do Hawaii, EUA, o big rider Rodrigo Resende, mais conhecido como "The Monster" já perdeu a conta de quantas temporadas dropou na capital mundial do surf. Por lá desde novembro passado, o brasileiro pretende ficar até março, quando retorna ao Brasil. Enquanto isso, ele encara as morras havaianas e de localidades que enchem os olhos de qualquer surfista.

Até agora, ele alega que já teve muita onda boa, mas nada como a que procura. Para surfistas como The Monster, não basta ser grandes, as ondas têm que ser gigantes. "Todos os big riders estão no aguardo, já que há duas temporadas as ondas não rolam no tamanho ideal. Estou na expectativa de muitos tubos", espera. Em seus planos também estão alguns picos no sul e norte da Califórnia.

Destemido, Rodrigo Resende conta que não tem paradeiro certo. Como um farejador de ondas, ele ruma ao encontro de grandes swells. "Sempre fico viajando de Maui para Oahu ou então Califórnia, atrás das ondas grandes, um pouco em cada lugar, mas sempre dependendo das ondas".

Entre tantas idas ao Hawaii, o experiente surfista escolhe a que foi mais alucinante. "A melhor temporada foi a que surfei em Waimea Bay, antes do campeonato Eddie Aikau começar. Peguei uma onda fechando a baia que me deu o primeiro título do Big Trip, em 1999". Tricampeão do evento e campeão mundial da Tow In World Cup, The Mosnter diz que pretende participar apenas de dois eventos neste inverno havaiano. "Só vou disputar o Billabong e um outro campeonato que rola aqui em Maui".

Parceiro de tow-in do baiano Danilo Couto desde 1999, Resende conta que a dupla está treinando bastante para as competições que se aproximam. Couto é um dos participantes do Mavericks Surf Contest 2006, que está em janela de espera até 31 de março, na Califórnia, por ter sido um dos cinco mais votadas pelo público para disputar do evento.

Ele entra no terceiro confronto, bateria que conta com Matt Ambrose, Ryan Augenstein, Kenny Collins, Grant "Twiggy" Baker e o brasileiro Eraldo Gueiros. "No dia do campeonato, provavelmente, estarei em Mavericks para dar uma força para o Danilo e poder surfar com os amigos antes do campeonato", planeja o companheiro Rodrigo Resende, que faz parte da lista de alternates.

Neste ano, a dupla também pretende participar do primeiro grande evento de tow-in no Brasil. O campeonato acontecerá na Lage de Jaguaruna, em Santa Catarina, entre 15 de abril e 30 de maio, e é exclusivo para convidados. "O Zeca Scheffer está de parabéns. Achei a idéia muito boa e isto vai ajudar o esporte a crescer bastante. Espero que no dia o mar esteja grande e perfeito".

Tow-in com segurança - Nunca se falou tanto em surf de ondas grandes quanto agora. The Monster comenta que, realmente, a modalidade tem crescido muito em águas brasileira, principalmente em picos de São Paulo e Santa Catarina. Porém, ele alerta que tanto no Brasil quanto no Hawaii isso tem atraído aventureiros e despreparados, que devem tomar muito cuidado antes de tentar tais desafios.

Para encarar as maiores ondas do mundo, o surfista tem que ter um bom preparo físico, experiência e contar com os melhores equipamentos. Aos 38 anos, o big rider carioca Rodrigo Resende esbanja saúde em ondas de tirar o fôlego. Tudo isso também vem de muito treinamento tanto na água quanto fora dela.

"Eu gosto de surfar bastante sem me importar se está pequeno ou grande", revela o surfista de alma e coração. Mostrando ser um esportista nato, The Monster é adepto a várias modalidades. "Curto esportes radicais como rapel, tirolesa, canoagem, saltos, escaladas com ou sem corda, além de correr e fazer yoga".

Patrocinado pela Bennett, Rodrigo Resende e seu companheiro de tow-in Danilo Couto contam com pranchas que são fabricadas a partir de um tipo de bloco que foi desenvolvido especialmente para suportar o power de ondas gigantes e fortes. O Power Jaws é o único bloco desenvolvido no mundo, especificamente, para pratica de tow-in.

Segundo ele, que levou alguns blocos para o Hawaii, os shapers elogiaram bastante a qualidade e a curva do produto. "A importância está muito ligada ao binômio segurança / velocidade. Os shapers procuram a forma aerodinâmica ideal para que o surfista aproveite uma onda gigante no limite e com o máximo de estabilidade possível", assina em baixo o big rider.

Há muitos anos ele já surfa com blocos Bennett, mas há quatro fechou patrocínio com a maior fábrica de blocos de poliuretano da América Latina. Os responsáveis pelas Towboards do atleta é Vitor Vasconcelos (Brasil) e Timpone (Hawaii). Além de Rodrigo Resende e Danilo Couto, também faz parte da equipe de tow-in da Bennett o big rider Eraldo Gueiros.