O pé tropeça... A mão esbarra onde não devia... E o beijo escorrega Pelo vão dos dedos grossos do pudor, Para que o erro, Sem medo, Caminhe calmo, A procura de seu acerto... E mesmo que a letra fique feia, Que o verso não rime Na escrita borrada, Reprovada pela professora... Danada! Que não sabia E insiste em não saber Que a mania do erro É, talvez, O único acerto da vida Por sempre procurar pelo verdadeiro, Sem nunca repousar no aconchego do medo.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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