Valeu a tentativa! Mais de 60 surfistas tentaram bater o recorde de permanência numa mesma onda nesta sexta-feira (dia 27), em Santos. A iniciativa reuniu mais de 60 pessoas no Quebra-Mar, mesmo sob chuva. Foram três tentativas, com os 60 candidatos perfilados, mesmo com as ondas não ajudando muito. Na última vez, 37 atletas conseguiram descer a mesma onda, porém ficando abaixo da marca atual, de 42 surfistas, feita no Rio de Janeiro, em novembro.

A ação fez parte do 2º Santos Surf Festival, evento que promoveu a cultura do surf, e contou com várias gerações no mar e dois convidados ilustres como espectadores, os irmãos Thomas e Margot Rittscher, que junto com os saudosos Osmar Gonçalves e Jua Hafers, foram pioneiros do surf no Brasil, na década de 30.

Entre os que tentaram estavam Picuruta Salazar, que atuou como “comandante” dentro do mar; o carioca Eduardo Bagé; o ex-integrante do WCT, Renato Wanderley; o juiz do Circuito Mundial, Sérgio Gadelha; e vários surfistas da antiga, como Fábio Jacuí. Apenas uma mulher esteve na tentativa, a francesa Maider Portilla, que mora em Biarritz e estava em Santos acompanhando o evento.

O surfista mais velho foi Waldyr Paterli, de 68 anos (aprendeu a surfar na Escolinha Radical Semes / Sthill, com Cisco Araña há 12 anos), e o mais novo, o pequeno Gustavo Henrique, de apenas 5 anos, que surfou na mesma prancha de Picuruta. “Esse foi um momento histórico. Tentamos quebrar o recorde, mas as condições não estavam muito boas, mas vamos tentar futuramente”, disse Picuruta, nove vezes campeão brasileiro de longboard e vencedor na última quinta-feira (dia 26) da etapa inicial deste ano, no Santos Surf Festival.

O vice-campeão, Eduardo Bagé, ficou em Santos mais um dia para participar da festa. “Isso é voltar às raízes do surf, quando todos pegavam onda juntos por puro prazer”, comentou. “O Santos Surf Festival visa a cultura do surf e todas as manifestações do esporte nos interessam, desde que haja integração social. Esse foi o primeiro passo e deu certo. As pessoas compareceram, mesmo com a chuva e estavam dispostas”, comentou Diniz Iozzi, o Pardhal, idealizador do Santos Surf Festival.

Os pioneiros gostaram do que viram. “É formidável, um grande espetáculo e atitudes assim incentivam”, ressaltou Thomas, de 88 anos. “O surf é fabuloso. Quando começamos nos anos 30 nunca pensei que algum dia chegaria a isso. Gosto de todos os esportes, mas o surf é especial. Requer todos os músculos e há essa harmonia com a natureza”, frisou Margot, que aos 90 anos de idade, exibe grande lucidez e forma física.

O 2º Santos Surf Festival foi realizado com a proposta de enaltecer e divulgar a cultura do surf na Cidade onde a modalidade nasceu no Brasil, aproveitando o Dia do Surf, celebrado todo dia 21 de janeiro, em função de Lei Municipal nº 2.172, proposta pelo vereador Fábio Nunes, o Fabião. Foram diversas atividades culturais, sociais e esportivas. Entre os destaques, o Museu do Surf, as demonstrações no Quebra-Mar, o Brasileiro de Longboard Profissional, sorteio de pranchas e, claro, a homenagem aos pioneiros da década de 60, feita em sessão solene na Prefeitura de Santos.

Adalberto Mariani Júnior, José Luiz Saint’Anna, o Santana, Carla Canepa e Alberto Mansur Athié (in memorian e representado por seu filho Elias) receberam do prefeito João Paulo Tavares Papa placas alusivas pelo que fizeram nos anos 60. O evento também homenageou o governador Geraldo Alckmin como o Amigo do Surf, pela contribuição do Governo do Estado à modalidade.

O 2º Santos Surf Festival teve o patrocínio de VI Fiberglass Foam e Sabesp, com o apoio da Prefeitura Municipal de Santos, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura e Turco Loco e a colaboração do Caderno de Esportes de A Tribuna. Incentivadores culturais: Silver Surf, Sthill, Rip Wave, Surf Store, Classic Longboards, Hot Water, Zampol e Hawaii Surf Point. Realização da Federação Paulista de Surf, com homologação da Associação Santos de Surf e divulgação da FMA Notícias.