Só mesmo em Ubatuba...
Corrupto |  |
Na cidade refugo, digo, refúgio, abandonada por seus administradores (atuais e pelos que os antecederam), acontecem casos homéricos. No ano passado, um funcionário da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba - Fundart, no afã de melhorar seus rendimentos, quis porque quis que o Conselho Deliberativo da Fundação aprovasse seu projeto de "curso de animação de bonecos". Naturalmente, em favor da ética, seu projeto foi recusado. Daí, teve um "chileeque". Saiu espinafrando todo mundo e para isso, ainda por cima, usou material e bens públicos durante horário de trabalho. Na época, arvorava-se "protegido" do prefeito, mas tanto fez que foi exonerado do cargo que ocupava. Após longo tempo e, para registrar candidatura nas eleições de 2006 ao Conselho Deliberativo da Fundart, eis que ressurge o dito-cujo. Inscreveu-se para representar o Grupo Setorial de Artes Cênicas e Dança. O Conselho, num ato magnânimo, relevando o fuzuê armado em 2005 pelo postulante a Coordenador, referendou sua candidatura. Não é que o fulano, intempestivamente, tão logo homologada sua candidatura, enviou para a imprensa comunicado instigando a população a, em desacordo com as normas que regem a Fundart, inscrever-se em Grupo Setorial? Por conter um chamamento irregular, o comunicado não foi publicado n’O Guaruçá. Com outros afazeres, nada comentei. Dia 30 de janeiro (segunda-feira), as eleições para os cargos de Conselheiros dos Grupos Setoriais que formarão o Conselho Deliberativo da Fundart em 2006 ocorreram sem transtornos, mas, na apuração, ao ser anunciado o resultado da votação para a coordenação do Grupo Setorial de Artes Cênicas e Dança... Cinco dos oito membros que compareceram para a votação disseram NÃO ao nome do postulante. E não é que o indivíduo foi encontrar uma diferença de dois nomes entre uma lista que possuía e a lista de votação? Não contente, como se vidente fosse, pressupõe que estes dois nomes votaram NÃO. Entrou com solicitação, pelo que entendi, para a desconsideração de dois votos "NÃO". Não, o cargo de Conselheiro da Fundart não é remunerado! Agüentamos cada uma! O dia não terminou assim. Havia uma "Reunião Ordinária", do Conselho Deliberativo, convocada para a apreciação da "pauta única": "APROVAÇÃO DAS CONTAS DO ANO DE 2005". Isto mesmo, reunião ordinária para apreciação de pauta única, convocada por Martiniano Nelson Viana, Diretor Presidente da Fundart! Lá fomos nós para a reunião. Cadê o Diretor Presidente? Não apareceu. Soubemos que entrou de férias, por conta própria, sem autorização do Conselho Deliberativo, justamente quando da aprovação de suas contas. O Assessor Cultural? Também não apareceu. ... e ainda falam que não sabem a razão da minha ranzinzice. Se não fosse a dona Helena (*), com providenciais manjares, sei não... Já são 89 + 365 + 32 dias transcorridos das eleições de 2004. Quando Eduardo César (?), pela primeira vez, fará uma reunião de trabalho com o Conselho Deliberativo da Fundação, para discutirem a política cultural do município? Onde está a transparência, o governo participativo? Tudo não passa de discurso político? Hoje, dia 1º de fevereiro, é o último dia para o Conselho Deliberativo emitir parecer sobre as contas da Fundart relativas ao exercício de 2005. Como é que fica, Senhor Prefeito? (*) Helena Ottoni Tracchi é Coordenadora do Grupo Setorial de Artesanato.
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