Entidades são alternativa de ensino de qualidade por conta da alta das mensalidades, item que mais pressiona a inflação em fevereiro, segundo dados do IPCA
Alternativa a alunos e pais que buscam excelência no ensino a preços mais baixos, as cooperativas educacionais se destacam como uma opção para reduzir os custos com Educação. O item, que subiu 3,46% nos últimos 30 dias, foi apontado como o grande responsável pelo aumento da taxa de inflação em 0,62%, segundo dados divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP) em janeiro. "Em geral, as escolas cooperativas chegam a custar de 30 a 40% menos que as escolas particulares", afirma Maria Cristina Pompermayer, diretora da área educacional da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo). Segundo Maria Cristina, a qualidade do ensino é o que os pais cooperados mais perseguem, mas, por ter uma gestão própria e não visar lucro, o custo da mensalidade acaba sendo reduzido. "Uma das principais contribuições da cooperativa educacional é de atuar como reguladora de mercado. Quando nasce, as outras escolas particulares da cidade abaixam seus preços. Este é o primeiro ato social da cooperativa que ajuda toda a comunidade". Fundada em 1998, a Cooperativa Educacional de Vargem Grande, diferentemente das demais escolas da região, não deverá reajustar as mensalidades que custam, em média, R$ 230,00 para as turmas de ensino Infantil, Fundamental e Médio. "Como não temos o objetivo do lucro, se mantivermos o número de alunos igual ao do ano passado, não precisaremos reajustar a mensalidade", conta Helena Ebina, coordenadora geral da área pedagógica da Cooperativa Educacional de Vargem Grande. A organização dos pais como cooperados ajuda a reduzir os custos também dos materiais escolares. Caderno, canetas, estojo e até livros didáticos são comprados em conjunto, possibilitando uma melhor negociação de descontos. "Os livros didáticos são comprados coletivamente diretamente das editoras e por isso conseguimos desconto de até 30% sobre o preço das livrarias", explica Helena Ebina. As cooperativas educacionais funcionam de acordo com as diretrizes do MEC e oferecem todas as disciplinas de uma escola tradicional. A diferença é que os pais participam do processo de educação dos filhos, uma vez que definem em assembléia questões como escolha dos professores e dos métodos pedagógicos. "Na medida em que pais, alunos e professores participam da gestão escolar se instala uma nova maneira de ensinar e aprender juntos, gerando crescimento cultural e social e transformações de valores. Por meio da cooperação todos são incluídos e ouvidos,", afirma Maria Cristina. Outra característica é que o sistema educacional cooperativista prepara os alunos não somente para o vestibular, mas para a vida e para a cidadania, incentivando a cooperação, ao invés da competição. Sobre as Cooperativas Educacionais As escolas cooperativistas surgiram no início dos anos 90 e hoje somam 41 no estado de São Paulo, atendendo cerca de 15 mil alunos. No Brasil, cresceram 80% nos últimos cinco anos; hoje 100 mil alunos estudam em 625 cooperativas no país. "Para formar uma cooperativa é fundamental união e espírito empreendedor de, no mínimo, 20 pais. Por isso, as escolas cooperativas se desenvolvem mais facilmente em cidades do interior, onde a proximidade facilita a organização em torno de um objetivo comum", destaca Maria Cristina.
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