A Controladoria Geral da União (CGU) deve concluir, até o final de março, uma listagem completa com os nomes de autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário que exercem postos-chaves na hierarquia governamental e estão mais "sujeitos a ataques de corrupção". O secretário de Prevenção da Corrupção e Informação Estratégica da CGU, Luiz Navarro, disse que são pessoas mais "expostas politicamente", que terão suas movimentações financeiras acompanhadas com atenção especial, em atendimento à recomendação da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção e Ação Financeira Sobre Lavagem de Dinheiro.

"Em função dos cargos que ocupam, essas pessoas podem, eventualmente, sofrer tentativas de corrupção, o que justifica o monitoramento mais de perto de suas contas, bem como dos parentes e colaboradores mais próximos, de modo a inibir mecanismos que tentem acobertar a movimentação de dinheiro ilícito", explicou.

Luiz Navarro acredita que a fiscalização efetiva pela rede bancária comece no início do segundo semestre, e a partir daí qualquer movimentação em valores superiores aos usuais, que levantem alguma possibilidade de suspeita, deve ser imediatamente comunicada ao Banco Central e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para adoção da fiscalização e investigação cabível.

O secretário afirmou que o monitoramento da movimentação financeira "é um dos mecanismos mais eficazes na luta contra a corrupção" e por isso a CGU está fazendo um trabalho preventivo "para evitar que as pessoas sejam investigadas depois da casa arrombada".