A América Latina movimentará cerca de US$ 1 bilhão no mercado de e-learning nos próximos dois anos, de acordo com previsão do International Data Corporation (IDC). Isso graças à popularização da internet, aliada às conexões mais estáveis e rápidas e à diminuição dos custos das telecomunicações. O Brasil, segundo as previsões, será o responsável por US$ 333 mil, ou seja, um terço deste valor. Em relação ao mundo, a previsão do IDC para 2006 é que este mercado movimente algo próximo a US$ 45 bilhões. Um grande salto se comparado a 1999, quando o valor ficou abaixo de US$ 2 bilhões. Mas como em qualquer setor em crescimento, existem vários tipos de cursos e inúmeras instituições. Por esse motivo, contratar uma requer alguns cuidados. "Muitas escolas entram neste novo mercado, mas várias não conseguem se manter. E isso não é exclusividade brasileira, ocorre no mundo todo", explica Rosana Gomes, sócia-diretora da Treina E-learning, empresa que atua na Educação Executiva para o mercado financeiro. Ainda segundo Rosana, um sistema de educação a distância hoje pode custar de R$ 50 mil a R$ 7 milhões, dependendo do porte da empresa que vai adotá-la, e da solução aplicada. Apesar das muitas vantagens apontadas por especialistas e usuários de sistemas de e-learning (como flexibilidade de horário, otimização de custos entre outros), muitos profissionais do mercado garantem que a educação a distância deve ser encarada como uma modalidade de ensino complementar, que não deve ser vista como exclusiva ou substituta do sistema tradicional. Um outro fator muito importante, explica Rosana, é investigar o curso, para saber se há o suporte necessário para os alunos e, o mais importante, não transformar um curso presencial em virtual. O e-learning requer um conteúdo diferente, mais centrado no aluno e com muitos recursos visuais. O mesmo vale para os outros cursos de Educação à Distância. Neste caso, o primeiro passo é verificar como está o reconhecimento do curso pelo MEC, ou se está autorizado. Isso evita possíveis surpresas posteriores. Depois, verificar os antecedentes da instituição que está ofertando o curso, a sua qualidade. Um aspecto muito importante é a tutoria, como se dá o acompanhamento ao aluno. Cursos sem tutor, ou com um tutor para cada 1.000 alunos não são cursos, são material disponível na rede, ou pacote de livros, ou CD-ROM. Todas essas coisas podem fazer parte de um curso, mas não ser "o curso" em si. O aluno também precisa olhar para si mesmo, e perguntar-se se tem real interesse, disposição e tempo para fazer esse curso, sabendo que terá que se dedicar a ele, se for de qualidade, tanto como teria se fosse um curso tradicional.
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