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A partir do primeiro campeonato brasileiro aqui realizado em 72 pela iniciante Associação de Surf de Ubatuba, o surf foi definitivamente implantado em nossa cidade. O que vem depois disso muitos já sabem, como o Zecão, Rafael da Costa Norte, Acqua Surfboards e outros, sendo que o auge foi o campeonato internacional Sundek, no final da década de 80, época em que despontava como fotógrafo profissional o local Alberto Sodré, nosso querido "Beto Cação" e sua BWE. Daí para a frente, devido aos mandos e desmandos de administrações e diretorias de associações, o surf em Ubatuba desandou. A década de 90, apesar de não ter trazido nada de significativo para a cidade, produziu talentos que fizeram história, como o bicampeão brasileiro de Surf Profissional Ricardo Toledo, o mega-star Tadeu Pereira, o emergente Odirley Coutinho e Edgard Bischof, entre outros.

Mas, ao chegarmos ao fim deste século, e olhando para as perspectivas de futuro, deixamos aqui algumas perguntas: Está Ubatuba preparada para ser a Capital do Surf do ano 2000? Existe realmente interesse das administrações em que a cidade tenha como objetivo principal atrair surfistas? Existem organizações trabalhando verdadeiramente em prol deste fim? Existe interesse de nossos legisladores em regulamentar a realização de eventos relacionados ao meio, de modo a beneficiar a cidade e não apenas aqueles de fora que os realizam? Estamos pensando no futuro? Para responder a algumas dessas questões procuramos a Secretaria de Esportes do município.

Ao falarmos sobre a história do surf de Ubatuba, não podemos ignorar o presente do esporte na cidade. E ao fazermos isso, um dos primeiros nomes que desponta é sem dúvida o de José Alberto Jacob. Este jovem de 35 anos completos é o atual encarregado para assuntos de surf da Secretaria de Esportes da Prefeitura local, presidente da Associação Ubatuba de Surf (AUS) e coordenador da Escolinha Municipal de Surf da Praia Grande. Além disso, é a pessoa responsável e que faz acontecer o circuito interno da cidade. Praticante e amante do esporte, começou a surfar em 76 e hoje, vive, respira, dorme e pensa no surf de Ubatuba em tempo integral. Leia a seguir a entrevista que Jacob concedeu na sede da Secretaria de Esportes:

UbaWeb - Sendo um dos maiores interessados no assunto, como você vê o fato de Ubatuba ser a "Capital do Surf"? Houve algum benefício para a cidade ou para o esporte em si?

Jacob - Sim, denominar Ubatuba como a Capital do Surf, apesar de ser uma coisa até certo ponto lógica (pois temos um enorme número de praias surfáveis), trouxe para o esporte um número maior de praticantes, assim como incentivou e tem incentivado jovens locais à prática do surf. Então, com mais pessoas surfando, maiores as chances de se descobrir talentos natos (como Ricardinho e Tadeu, entre outros). Para a cidade em si, não vejo grandes benefícios, uma vez que não temos mais campeonatos de grande porte por aqui.

UbaWeb - Falando em campeonatos, o que é necessário para se realizar um nas praias de Ubatuba?

Jacob - É simples. A solicitação deve ser encaminhada via ofício para a Prefeitura, a qual se encarregará de enviá-la aos meus cuidados. Tendo um calendário de eventos já compromissados em mãos, observamos se há possibilidade de realização do mesmo na data requerida. Uma vez disponível, comunicamos a aprovação ao interessado, tomando o cuidado de comunicar à Polícia Militar, Guarda Municipal, Bombeiros, Associação de Moradores, Cesp e Sabesp.