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COLUNISTA
Herbert Marques
02/02/2007 - 16h00
Dia de Festa no Mar
 
 

Dorival Caymmi celebrizou o dia 2 de fevereiro como o dia de Festa no Mar. Dia de Iemanjá, orixá africano emparelhada, pelo sincretismo baiano a Nossa Senhora da Conceição.

Filha de Olokum, a deusa do mar, Iemanjá casou-se com Olofim-Odudua e com ele teve doze filhos, todos orixás, inclusive Xangô. De tanto amamentar seus filhos, ficou com os seios enormes, o que caracteriza suas estátuas nos terreiros. Saindo de suas terras chegou em Abeokutá, onde foi cortejada pelo rei de Xaki, Okere. Aceitou a proposta de casamento com a condição de jamais ser ridicularizada pelo tamanho de seus seios.

Certo dia, Okere, depois de uma bebedeira homérica, voltou para casa titubeante, gritando em altos brados: “Você com seus seios compridos e balouçantes! Você com seus seios grandes e trêmulos!”

Ofendida, fugiu em disparada.

Certa vez, antes do seu primeiro casamento, Iemanjá recebera de sua mãe, Olokum, uma garrafa contendo uma poção mágica pois, dissera esta: “Nunca se sabe o que pode acontecer amanhã. Em caso de necessidade, quebre a garrafa, jogando-a no chão.”

A garrafa quebrou-se, e dela nasceu um rio. As águas tumultuosas deste rio levaram Iemanjá em direção ao oceano, residência de sua mãe Olokum. Okere, contrariado, queria impedir a fuga de sua mulher. Querendo barrar o seu caminho ele transformou-se em uma colina e colocou-se no seu caminho. Iemanjá quis passar pela direita, Okere deslocou-se para a direita. Iemanjá quis passar pela esquerda, Okore deslocou-se para a esquerda. Iemanjá vendo o caminho para a casa materna bloqueado, chamou Xangô, o mais poderoso de seus filhos.

Xangô atendendo o pedido de sua mãe, lançou um raio sobre a colina, partindo-a ao meio, dado passagem a Iemanjá que voltou para o ceio de sua mãe, tornando-se a mãe das águas.

Hoje é dia de Iemanjá.
Odô Iyá, Iemanjá. Araramagbá.
“Mãe das águas, Iemanjá, que estendeu-se ao longo da amplidão.
Paz nas águas!
Paz na casa!”

Esta lenda foi colhida por Pierre Fatumbe Verger, babalaô em Kêtu, em sua clássica obra “Lendas Africanas dos Orixás.”


Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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