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Contos
16/06/2020 - 06h36
Sem rumo
Edna Lopes
 
Nada lhe pertence mais que seus sonhos. - Friedrich Nietzsche

Depois de dizer tudo o que seu coração quis dizer, depois de ver e ouvir coisas que seu coração não queria ouvir, tudo que queria era sair daquele lugar. Precisava respirar, se livrar daquela sensação de desconforto, de ausência de tudo que fosse bom.

Pegou a bolsa e seguiu em frente. Logo se viu noutro lugar. Era estranho, pois na sua cabeça não dera mais que três ou quatro passos. Estava numa estação de trem, disso tinha certeza. Deu meia volta e se afastou da plataforma. Caminhou por entre os trilhos, como se soubesse aonde ia. A mente estava vazia, como quando meditava.

Avistou algo que parecia um Plano Inclinado de dois lugares e tomou assento. Conferiu o cinto de segurança. A moça do seu lado sorriu e ela retribuiu, por gentileza. Estava triste, mas esse era seu jeito. Sorria para quem lhe sorrisse. Concentrou-se na descida.

Já no plano inferior, percebeu que estava noutra estação de trem. Não reconheceu nada a sua volta. Os quiosques, as cabines, as pessoas, os anúncios luminosos... Tudo era estranho. Tinha certeza de nunca ter estado naquele lugar.

As pessoas andavam em vários sentidos. Todas sérias, voltadas para seus mundos. Na bilheteria perguntou o nome da estação e se deu conta que estava a milhares de quilômetros de onde estava logo cedo e fugira do desconforto da situação que vivia. Como era possível se ir tão longe em tão pouco tempo?

Parou de andar e pensou em si e na situação que vivia. Estava sem rumo, mas não queria voltar ao lugar de onde tinha vindo nem tampouco queria ficar naquele lugar que lhe inspirava tanta incerteza. Deu-se conta que estava com sede e lembrou que não havia comido nada naquele dia. Abriu a bolsa, conferiu a carteira com dinheiro e cartões de crédito, o celular no silencioso já com várias chamadas e tomou a direção da rua em frente.

O sol começava a esquentar. Enquanto esperava o sinal abrir, pensou que não gostava nada daquele tipo de sonho. Não era pesadelo, mas também não era sonho bom. Nunca sabia o que viria a seguir. Enfim, sinal aberto, iria comer, depois veria o que fazer.

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