A Covid-19 aflorou na sociedade do Brasil e do mundo o sentimento de solidariedade. Diante de uma crise sem precedentes, que não só evidenciou, como aprofundou a desigualdade social, pudemos ver grandes mobilizações para que os impactos fossem minimizados. Muito de nós arriscaram a própria saúde para levar equipamentos de proteção, alimentos, itens de higiene e atendimento médico a idosos, pessoas em situação de rua e comunidades carentes. Vimos indignação e hashtags traduzidas em ação - o que nós, vicentinos, chamamos de Missão. Agora, no Dia Mundial dos Pobres, celebrado dia 15 novembro, reconhecemos os esforços realizados até aqui, mas aproveitamos para relembrar que ainda há muito a ser feito: milhares de cidadãos foram impactados pela crise sanitária mundial e se encontram em estado de extrema pobreza. Pessoas perderam seus empregos. Os casos de doenças mental, psicológica ou emocional aumentaram drasticamente. A economia foi impactada fortemente e a riqueza das nações foi reduzida. A pandemia destruiu lares, famílias e afetou especialmente a juventude. A educação sofreu forte revés, com milhões de alunos fora das escolas. Como lembrou o Papa Francisco em sua mensagem para o Dia dos Pobres, “solidariedade requer treino diário”, ou seja, não existem soluções prontas a oferecer, mas podemos ser eficazes e criativos no exercício da caridade. E, mais do que isso, o trabalho nunca está terminado! Nós, da Sociedade de São Vicente de Paulo, somos 153 mil voluntários espalhados por todo o país, dedicados a adentrar comunidades semanalmente para transformar vidas, por meio da doação de tempo e alimento. Em Juiz de Fora, MG, conseguimos colocar em prática o Projeto Banho Vicentino, que proporciona banho e itens de higiene a pessoas em situação de rua. Estamos perto de atingir a marca de 250 banhos oferecidos! O projeto já era um desejo antigo, que estava em desenvolvimento, antes mesmo da pandemia, e que veio a somar com as novas ações. Responsáveis por cerca de 600 lares de idosos distribuídos por todo o Brasil, para sobrevivermos a esse ano atípico, lançamos a campanha Rede de Caridade “Cuidar de quem Cuidou de Nós”, a fim de arrecadar recursos com quem pode ajudar à distância. Vivenciamos na prática o que é diversidade e exclusão. Em nossas missões, afloramos a empatia e entendemos o real conceito de responsabilidade social. Mas é importante lembrar: a solidariedade requer treino diário! Nota do Editor: Cristian Reis da Luz é presidente da Sociedade de São Vicente de Paulo no Brasil (ssvpbrasil.org.br).
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