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Opinião
07/01/2021 - 05h53
O que são museus monumento e sua arquitetura?
Danielly Dias Sandy
 

A partir do século XX, encontramos diversas tendências que surgem na museologia, dentre elas podemos destacar, inclusive, um novo formato arquitetônico para os museus, sobretudo de arte moderna e contemporânea. Essa arquitetura, bastante ousada e por vezes monumental, é apresentada na construção e ou adaptação de edifícios destinados à salvaguarda de acervos de bens museais. Há quem diga que, com isso, a visibilidade dos conteúdos internos dos museus acaba sendo deixada para segundo plano em decorrência da arquitetura desses locais que passam a ser elementos marcantes no espaço urbano. E isso porquê, embora tenham um projeto contemporâneo, se adéquam facilmente à arquitetura do entorno, tornando-se mecanismos adjetos à identidade urbanística das cidades como verdadeiras obras de arte.

Podemos observar o quão rico pode ser o conteúdo arquitetônico de uma instituição museológica moderna ou contemporânea, passível de tantas reflexões, tantos questionamentos. E, como a arquitetura do museu já se integra no composto do patrimônio, é perfeitamente possível compreender o seu lugar de destaque em um museu, sendo o próprio museu.

E assim, faz-se necessário ampliar a ideia de patrimônio museológico para que este não se torne restrito ao conteúdo interno da instituição ou que seja visto como algo isolado, com o juízo de concorrência entre acervo e arquitetura. Aos museus monumento, criados por grandes arquitetos como verdadeiras obras de arte, cabe ainda a missão de dialogar com o espaço em que estão inseridos; e assim, por que não dialogar também com os acervos e coleções presentes em seu interior?

É visível que essa “nova” arquitetura agrega valor às instituições museológicas, atraindo um número ainda maior de visitantes e, essa concepção arquitetônica pode, inclusive, se estender para mais tipologias de museus, além dos museus de arte moderna e contemporânea. Nada me surpreende, por exemplo, que um museu de física fique muito bem alojado e representado por uma arquitetura ousada, diferente, monumental, ou uma obra que tenha aquilo que os arquitetos chamam de pregnância.

Em relação a questão voltada ao acervo, a priori inexistente, desses museus que ‘surgem’ inicialmente mais como obra arquitetônica do que como espaço de preservação, acredito que isso não necessariamente possa ser uma crise ou um problema tanto para a sociedade quanto para a museologia, mas apenas um reflexo da pós-modernidade, representada pelo ímpeto de uma cultura do fragmento.

Para tanto, vejo a criação e construção de um museu já como irrefutável justificativa de sua própria existência e, como muitos acervos de arte moderna e contemporânea estão se formando agora, a criação de um espaço museológico para receber esses novos artefatos pode ser um interessante e fértil laboratório de coleta da produção atual, para construção da memória de futuras gerações.


Nota do Editor: Danielly Dias Sandy é mestra em Museologia e professora da área de Linguagens Cultural e Corporal nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Artes Visuais do Centro Universitário Internacional Uninter.

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