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SEÇÃO
Crônicas
16/02/2021 - 06h42
Rabugento
José Luiz Boromelo
 

Um amigo de longa data já passado dos 60, depois das mensagens triviais de sempre quis saber minha opinião sobre o provável vencedor do BBB 2021. Respondi que não dou audiência a esse tipo de programação televisiva por apresentar características peculiares, que destoam completamente dos valores que considero primordiais no núcleo familiar e na vida de um cristão. A resposta veio na lata: “Você está se tornando um velho rabugento. Aqui em casa até meus netos assistem. Aquilo tudo é apenas um jogo”. Apaguei imediatamente o agora ex-amigo de meus contatos e espero realmente que não venha mais me incomodar com coisas fúteis. Fico imaginando o nível de educação oferecido pelos avós aos pirralhos, uma vez que, aparentemente, o atrativo maior é a libertinagem que acomete a maioria de seus “descolados” integrantes.

Libertinagem que frequentemente sou obrigado a aturar por conta da nova vizinhança. Dos ocupantes do lote rural ilegalmente fracionado que se acham no direito de submeter os moradores de propriedades adjacentes a intermináveis e constrangedoras sessões de pancadões recheados de besteirol pornográfico. Em volume equiparado a um show de rock pauleira, os debilóides psicodélicos imaginam, do alto de sua reconhecida ignorância, ter o direito de invadir os lares das famílias de bem, incluindo-se nesse rol crianças, adolescentes e idosos, com uma poluição sonora das mais degeneradas possíveis. Como não se pode contrariar a legislação penal brasileira sob o risco de ser devidamente enquadrado, o jeito é solicitar muito gentilmente aos protagonistas da insensatez contumaz, para que pelo menos diminuam o volume de suas audições pestilentas. Coisa que geralmente, a paciência permite fazer apenas uma única vez.

É por essas e por outras que nosso País continua marcando passo. Foram-se os bons tempos em que a educação e o respeito eram considerados itens de porte obrigatório no cotidiano das pessoas. Nesse Brasil de tantas contradições, são cada vez mais escassos os exemplos de seriedade, de honestidade, de retidão de caráter. As pessoas gradativamente se tornaram imediatistas, egoístas e individualistas. Deixaram de exercitar diariamente as palavras mágicas que têm o poder de abrir as portas do mundo: “Bom dia, por favor, obrigado”. Segundo os “entendidos” no assunto, esse é o “novo normal”. Menos para mim, que sem perceber, me tornei um velho rabugento.


Nota do Editor: José Luiz Boromelo, escritor e cronista em Marialva, PR.

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