Sou natural de São Sebastião (SP) e acompanhei a construção do Terminal Marítimo Almirante Barroso, que era ao lado a minha casa, andava de bicicleta pela área que hoje está dentro do muro da Transpetro, onde era a Petrobras. Depois tive um irmão petroleiro e acompanhava de perto o que acontecia por ali. Em 1988 fui trabalhar no TEBAR com a empresa jornalística “O CANAL” que me pertencia, e tive o privilégio de escrever e publicar a história do nosso Terminal Marítimo Almirante Barroso no jornal dos funcionários, o “Tebar em Notícias”. Hoje em dia vejo com tristeza o abandono e o descaso que está acontecendo com o objetivo de desvalorizar e vender esse patrimônio que é de todos os brasileiros. Chamo a atenção dos sebastianenses para observar que na antigamente na Rua Ilhabela tínhamos, na hora do almoço, mais de 200 trabalhadores das empreiteiras que prestavam serviço de manutenção dentro da área e agora eles não estão mais ali. No dia 10 de fevereiro de 2021, numa só noite foi vendida a primeira refinaria brasileira a Landulpho Alves, na Bahia, quantos anos para construir e colocar pra funcionar e em uma só noite tudo foi entregue pela metade do preço. Ver a informação da venda da refinaria, me fez pensar que agora são as refinarias e depois serão os terminais, o Terminal Marítimo Almirante Barroso abastece as quatro principais refinarias do Brasil. No Litoral Norte em Caraguatatuba há uma instalação de gás, Ilhabela e São Sebastião estão com uma arrecadação maravilhosa por causa dos Royalties e do ICMS. Toda essa legislação existia por que a Petrobras com o slogan “O petróleo é nosso” beneficiava as cidades que tinham instalações e serviços. Deixo aqui uma pergunta: Como será agora que “O petróleo era nosso”? As pessoas precisam perceber que a notícia do Jornal Nacional vai bater à nossa porta. Os emirados árabes, os americanos, chineses ou outros que chegarem, não serão obrigados a manter esse tipo de acordo.
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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