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Opinião
07/03/2021 - 06h39
Dosimetria injusta
José Luiz Boromelo
 

Desde o início da pandemia da Covid-19 as autoridades de saúde ressaltam a importância de se respeitar os protocolos de segurança sanitária, amplamente divulgados pela mídia. Não obstante as incansáveis recomendações para que as pessoas fizessem uso da máscara e do álcool em gel e ainda mantivessem o distanciamento social, uma parcela da população resolveu ignorar os constantes apelos que buscavam minimizar as consequências danosas da doença. Nas festas de fim de ano e no feriadão do carnaval as redes sociais “bombaram” com publicações de aglomerações nos mais diferentes locais. Na praia, nos bares e restaurantes, na balada, nos balneários fluviais, nos resorts, nos pancadões, tudo foi motivo para cliques descontraídos. Para os inconsequentes de sempre, era preciso mostrar que as restrições só valiam para os outros, porque no País das liberalidades não se deve mesmo levar a sério certas imposições. Agora a irresponsabilidade veio cobrar a conta.

Como sempre acontece nos casos em que alguém deixa de cumprir com suas obrigações, aqueles que seguiram a cartilha governamental acatando integralmente as medidas preventivas estão sendo penalizados duplamente, por terem se privado da convivência social e por sofrerem os mesmíssimos efeitos da moléstia que acomete a nação nesse momento. Com os hospitais públicos e privados sem leitos para atender a demanda descomunal, estamos todos à mercê dos efeitos devastadores do mal do século. De nada adianta apontar responsáveis pela situação atual, se as medidas restritivas impostas à população não surtiram o efeito desejado. O momento por demais complicado requer iniciativas muito mais incisivas do que a edição de decretos regulamentando o funcionamento dos estabelecimentos comerciais. É preciso garantir que essas medidas normativas sejam plenamente respeitadas, inclusive com a responsabilização penal, em casos extremos. Atitudes coercitivas deveriam ser implementadas diuturnamente pelas autoridades constituídas, com o objetivo de garantir o cumprimento integral dos dispositivos legais emergenciais, sob o risco de descrédito no aparato de segurança.

No País onde o dirigente máximo afronta continuamente as recomendações básicas de prevenção e estimula esse comportamento com sua conduta deliberadamente relapsa, tudo isso soa como uma escandalosa hipocrisia. A continuar o agravamento da pandemia, os “maricas” de Bolsonaro, os que “não tiveram a coragem de enfrentar o vírus de peito aberto” serão infectados dentro de seus próprios lares, atingidos pelo negacionismo insano do capitão, criminosamente relutante na aquisição prévia dos imunizantes enquanto ainda tinha tempo e condições favoráveis para isso. Dosimetria injusta, essa que agora vivenciamos. Não por falta de avisos, obviamente.


Nota do Editor: José Luiz Boromelo, escritor e cronista em Marialva, PR.

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