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Opinião
14/03/2021 - 06h42
Lockdown e cuidados com a explosão social
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O clima decorrente da Covid-19 é de fundo do poço. Hospitais cheios, filas para a internação de pacientes cujo tratamento exige urgência e políticos divergindo e tentando tirar algum proveito da desgraça que se abate sobre a população, formam o quadro negativo. Em vez de terem tanta razão do que afirmam, os governantes deveriam fazer autocrítica para verificar onde erraram e levou a pandemia a recrudescer. Atentar, por exemplo, que as quarentenas parece não ter dado certo, pois é onde ocorreram que a situação hoje se encontra pior...

As escaramuças em torno do mal - leitos, UTIs, oxigênio, vacinas - em nada contribuem para a solução dos problemas e nem à conscientização do povo sobre a gravidade do momento. Pelo contrário, levam as pessoas à incredulidade e a não se protegerem convenientemente. Tem faltado à população a orientação segura e sem a sinistrose que se criou. Os governos certamente seriam melhor compreendidos se antes de exigirem distanciamento e o recolhimento pessoal, tivessem adotado providências para que o mesmo cidadão que não se aglomera nas ruas, bares, restaurantes e outros estabelecimentos não tivesse que utilizar veículos lotados no transporte público. Finalmente, agora resolveu-se escalonar a entrada e saída ao trabalho, o que vai diminuir a lotação dos veículos, mas também será importante impedir passageiros em pé e multar quem insistir. Outra providência para o momento é incentivar o home-office, além de proibir (e fiscalizar) a realização de qualquer tipo de reunião, festa ou comemoração em ambiente público ou privado. Outros pontos são manter as atividades econômicas mediante o protocolos sanitários, e providenciar mais vagas hospitalares ou, pelo menos, retornar ao funcionamento os hospitais de campanha e leitos fechados meses atrás quando se pensava estar terminando a pandemia.

Estamos rumando para novo trancamento nas atividades. Já passou muito da hora de os adversários deixarem de lado suas diferenças e seguirem numa mesma direção. Lembrar que toda medida restritiva traz efeitos colaterais, muitos deles altamente danosos. Não se esqueçam dos vulneráveis que se forem impedidos de fazer seus pequenos trabalhos começam a passar fome imediatamente. Estes precisam ser apoiados de alguma forma para não se tornarem combustível para a revolta social, cujas consequências são imprevisíveis.

O momento é grave. Ninguém pode ignorar e agir sem considerar o problema econômico-social decorrente do lockdown ou medidas restritivas. Existem coisas - especialmente a fome - que não podem esperar. O governo federal já obteve as autorizações legislativas necessárias e vai instituir o auxílio emergencial aos carentes. Também está para decretar medidas de socorro aos negócios, antecipar o 13º salário e oferecer carência de quatro meses no desconto dos empréstimos consignados de aposentados, pensionistas e servidores tomadores desse tipo de crédito. Que não retardem as medidas porque elas, além de socorrer os diretos interessados, ainda colocarão dinheiro no mercado. Governadores e prefeitos que veem a necessidade de cessação de atividades, também devem se preparar para, humanitariamente, destinar parte de seus orçamentos ao socorro dos necessitados. Isso, além de evitar sofrimento, servirá para evitar a convulsão social.

Quanto à população, resta apenas a opção de atender às restrições impostas. Usar máscara, manter distanciamento pessoal, evitar aglomerações e lavar as mãos seguidamente com água e sabão ou álcool em gel. E esperar a vez de cada um tomar a vacina mas, mesmo assim, continuar vigilante até a Covid-19 perder força e deixar de infectar a matar em nosso país.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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