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Opinião
09/04/2021 - 06h30
Brasil inverte os números entre nascidos e mortos
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A elevação do número de mortes - em parte alavancada pela Covid-19 - está conduzindo o Brasil a uma situação nunca antes vivenciada. Se não diminuírem os óbitos, poderemos fechar 2021 com mais mortos do que nascidos. Segundo registros disponíveis no Portal da Transparência Registro Civil, que reúne as anotações dos cartórios de todo o país, em 2019, ano anterior à pandemia, nasceram 2.779.572 e morreram 1.265.752 brasileiros (os óbitos representaram 45,5% dos nascimentos, percentual compatível com os anos anteriores). Em 2020, já sob os efeitos do coronavírus, os nascidos foram 2.611.476 e os mortos 1.454.612 (55,7%). Nesses primeiros meses de 2021, nasceram 664.597 e morreram 457.161 (68,7%). Os primeiros dias de abril, pesquisados na mesma fonte em 07/04, indicam 23.141 nascimentos e 22.810 preocupantes óbitos (98,5%).

Essa aproximação entre o número dos que nascem e dos que morrem, faz a preocupação nacional. Tradicionais previsões sobre o envelhecimento, mudanças de hábitos e evolução populacional previam que nosso país chegaria ao empate entre esses dois indicadores populacionais por volta de 2050. E seria resultado do menor número de filhos por casal e da evolução dos tratamentos de saúde que levarão um maior número de indivíduos a idades mais avançados. Essas variáveis já preocupavam os estudiosos e levaram à formulação de políticas para se aplicar ao longo dos anos com o objetivo de diminuir os impactos da redução dos jovens e sua força de trabalho e o aumento dos idosos, normalmente aposentados, inativos profissionalmente e carentes de cuidados.

A elevação da curva de óbitos potencializada pela pandemia é o absolutamente inusitado e exige providências. Mesmo não tendo obtido o sucesso esperado com os lockdowns e quarentenas, operadores de saúde e governantes defendem e se antecipão ao decretar o isolamento da população. A proposta principal é de fechar tudo e usar mão de ferro para a população obedecer por pelo menos um mês, com o objetivo de cortar a corrente de contaminação. Seria um lockdown nacional. Mas há, de outro lado, a corrente que se preocupa com as repercussões econômicas e até a possibilidade de convulsão social porque, num esquema desses, os vulneráveis poderão passar fome e, sem outra alternativa, partirem para saques e outras atitude extremas.

O quadro é preocupante. Mais do que nunca, governantes, operadores do sistema de saúde, autoridade econômicas e as forças da comunidade têm de atuar unidos em busca de soluções. Além de apressar as vacinas - tidas como única solução à infestação - os médicos que assim entenderem não devem ser patrulhados por seus esforços de tratamento precoce e ações que evitem internações. O facultativo, que estudou, pesquisa e se atualiza, sabe o que receitar e temos de compreender que todo medicamento - do mais simples ao altamente complexo - é passível de efeitos colaterais, como vem escrito nas bulas, mas nem por isso são impróprios. Quando o quadro é difícil, todas as tentativas são válidas. É necessário despolitizar a pandemia e tratá-la com o devido vigor para, no menor tempo possível, reverter o quadro de mortes e a Nação poder voltar a respirar com certo alívio diante da possibilidade de, num futuro não muito distante, retomar o cotidiano em condições análogas às existentes antes da chegada do vírus chinês.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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