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26/05/2021 - 06h07
A perda e a presença
Montserrat Martins
 

“Era velha, mas era minha mãe”, desabafou o colega de trabalho quando me ouvia sobre a perda do meu primo. A maioria das pessoas já perdeu alguém pela Covid e no caso do primo me chocou ser um jovem de 40 e poucos anos, sem doença prévia, que deixa 4 filhos pequenos sem pai.

Existem outros sofrimentos, como o desemprego, a diferença é que a perda não tem volta, não tem mais solução, só resta aos familiares a fé espiritual, de acordo com a religião de cada um.

As pessoas seguem vivas dentro de nós, também. Nas suas lembranças estão pessoas da sua família ou amizades que seguem vivas no seu coração e na sua memória, dos momentos felizes que viveram juntos.

A Psicanálise estudou as formas como as pessoas amadas seguem influindo em nossas vidas, “introjeção” é o nome psicológico que Freud deu para a presença dessas pessoas no nosso inconsciente, mesmo que elas não estejam mais aqui.

“Se existem saudades é porque valeu a pena”, escreveram uma vez numa cerimônia de despedida. É claro que na nossa memória não ficam só as boas lembranças, mas são as vivências amorosas as mais importantes, pois reforçam nossa autoestima e autoconfiança. É recebendo amor dos pais (ou pessoas que desempenhem esses papéis) que uma criança aprende a ter amor próprio.

As pessoas seguem presentes, então, na espiritualidade e nosso psicológico. Dos pais não preciso falar, você sabe como são marcantes. Mas os amigos também. Meu primo Beto, por exemplo, foi sempre um grande amigo, desde pequeno, uma continuação do afeto que sua mãe teve por mim ao me escolher para padrinho dele. Eu o vi crescer estudioso e sério, mas também bem humorado e afetuoso, construindo uma das mais belas famílias que eu já conheci.

Uma verdadeira “família de comercial de margarina”, com um casal harmonioso e quatro crianças felizes, foi a que o Beto construiu com muito trabalho, se dedicando à advocacia, com sua esposa também na área jurídica. A dedicação à família nunca ficou de lado, mesmo sendo os quatro filhos ainda pequenos, conseguiam dar um jeito de fazer seus passeios, coisas que as crianças adoram. Não só nossos pais, nossos amigos também podem nos dar exemplos de vida marcantes, inclusive os mais jovens do que nós, caso do meu afilhado.

Acredito que você tenha pessoas assim na sua vida, que mesmo após sua perda, seguem presentes e lhe dando bons exemplos. Seguem presentes em nós, que transmitimos seus legados aos outros.


Nota do Editor: Montserrat Martins é psiquiatra. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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