Desde a infância sou contra essa mania e pretensão dos que se julgam superiores aos outros. Sempre me rebelei contra esse tipo de absurdo. É claro que nunca discordei de que há pessoas com mais cultura que outras. Mas o embasamento cultural não torna uma pessoa superior a outra. Ela pode em determinada área do conhecimento humano possuir mais importância, mas a vida é um todo, então a superioridade é ficção. Na verdade o ser humano é feito do barro e do sopro divino. Outro ponto: a inteligência precisa ser melhor explicada. Há pessoas mais inteligentes que outras? Depende também da área. Um cara pode ser talentoso nas letras, outro na música, outro na gastronomia, na medicina, na costura, nos esportes... Assim a inteligência é algo abstrato, melhor falar em habilidade e vocação para isso e aquilo.

Concordo que há os gênios, mas são, sejamos francos, agulhas no palheiro. Em termos gerais ninguém é superior a ninguém no total. E priu.

Por outro lado, durante toda a vida sempre achei ridículo essa história de família tradicional, pessoas que se julgam quase nobres por descenderem deste ou daquele figurão (sempre um santinho do pau oco). Que babaquice! Com toda certeza todos nós, brasileiros, como disse Chico Buarque, somos negros. E descendentes dos índios e degredados portugueses E somos todos nobres porque formamos uma raça.

No mais, apenas para concluir (refrão usado por chatos da CPI), vou citar uma passagem de Platão onde ele diz que "não havia pastor que não descendesse de algum rei, nem rei que não descendesse de um pastor". Bingo. Inté.