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Opinião
06/07/2021 - 06h24
A luta feminina em defesa do cordel em SP
Dani Almeida
 

Em meio ao caos, o que somos capazes de fazer? Muitos, completamente paralisados, seguem o raciocínio do “pior do que está não fica”, mas, quem já passou por tudo e mais um pouco, sabe muito bem que pode piorar sim, e muito. E é aí que a lógica do “não temos nada a perder” entra em ação. E é aí também que pequenos passos podem se tornar grandiosos.

No dia 1º de julho de 2020, um ano completamente triste e transformador para o nosso planeta, criamos o primeiro coletivo feminino de cordel do Estado de São Paulo. Mulheres que em meio as suas lutas cotidianas e todas as incertezas que a pandemia trouxe, resolveram unir seus saberes em prol de uma literatura que carrega em sua trajetória um ambiente ainda machista.

O desejo de formar o grupo era antigo, mas ainda faltava o impulso. Ele chegou. A comunicação on-line definitivamente foi integrada à vida de muita gente que, antes, pouco usava este meio. Para alguns, um canal de mera ilusão. Para outros, de ação, mobilização e de grandes oportunidades construtivas. Foi neste espaço que surgiu o coletivo Teodoras do Cordel - Artevistas SP.

Mulheres sábias, como a icônica Teodora, personagem dos versos de Leandro Gomes de Barros (um dos primeiros cordelistas do Brasil), e inspiradas pela primeira cordelista mulher a publicar uma obra, a paraibana Maria das Neves Batista Pimentel e outras tantas cordelistas contemporâneas, defensoras do cordel sem censura, sem opressão e sem machismo. Que dentro de suas batalhas trouxeram suas falas, suas dores, lutas, processos curativos e suas vozes para que, definitivamente, pudessem ser ouvidas. Para lutarem por mais espaço sim, nas iniciativas dedicadas ao universo do cordel.

Somos cordelistas, poetisas, escritoras, xilógrafas, contadoras de histórias, professoras, jornalistas, atrizes, cantoras, artistas plásticas, pesquisadoras, bibliotecárias, produtoras e muito mais. Profissões cujo o cordel está inserido ativamente em seus fazeres. 

Nosso compromisso é fomentar o cordel e todas as suas linguagens e comprovar a existência e a resistência da mulher no meio cordeliano. O caminho é longo. A aprendizagem, constante.

Fortalecemos nossa poética com encontros mensais, por enquanto, apenas virtualmente, com mulheres de todo o Estado. Compartilhamos estudos, vivências, saberes, sonhos, angústias, desafios, arte, poesia, planos, ações. Somos fortalezas e aprendizes. Nossa busca constante é pela reflexão, sem julgamentos.

Aquelas que de alguma forma se sentem atraídas e residem em qualquer cidade do Estado de São Paulo, desde já, sintam-se bem-vindas.

Neste primeiro ano de coletivo, promovemos saraus, clubes de leitura, grupos de estudo, oficinas literárias, participamos de grandes produções, viramos pauta na imprensa e conquistamos nosso primeiro fruto literário: a obra coletiva “Justiça Violada”.

Tudo isso em meio ao caos. Se antes não tínhamos nada a perder, hoje temos o mundo a ganhar. Sem ilusões. Apenas boas vibrações e muita luta. Salve Teodoras do Cordel - Artevistas SP e parabéns pelo seu primeiro aniversário.


Nota do Editor: Dani Almeida (@danialmeidacordel) é jornalista, cordelista, ocupante da cadeira de nº 15 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro e membro-fundadora do Coletivo Estadual Teodoras do Cordel - Artevistas SP (@teodorasdocordelsp).

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