05/05/2024  11h43
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
14/07/2021 - 06h43
Policial Militar, o soldo adequado e justo...
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A missão do policial militar é a que tem influência mais direta no bem-estar da comunidade e até na estabilidade dos governos. É ele que, com sua atuação, garante a manutenção do direito de ir e vir aos cidadãos e o funcionamento das outras atividades econômicas e sociais. No seu dia a dia, previne e combate o crime, garante a ordem pública e dá suporte ao desenvolvimento das atividades públicas e privadas. Por contrariar interesses dos contumazes criminosos e desordeiros, é muitas vezes incompreendido, contestado e até perseguido, sendo vítima de fantasiosos processos onde o acusam sem as devidas provas de cometer a chamada “violência policial”. Além dos inimigos externos, o policial militar ainda enfrenta o rigor do próprio regulamento corporativo, mas suporta tudo porque, a maioria é composta por vocacionados.

Além da especificidade e das dificuldades do trabalho - que sofre a influência até dos avanços tecnológicos quando estes são utilizados pelo criminoso a combater - o policial militar paulista ainda padece com salários insuficientes para a sua subsistência. Para complementar os ganhos insuficientes e poder manter-se com sua família, busca a válvula do “bico”, que é a prestação de serviços de segurança a empresas e pessoas atuantes em áreas perigosas. O bico é proibido por lei, mas tradicionalmente tolerado porque todos - inclusive o governo - sabem ser a válvula de escape diante do baixo salário.

Ao executar essa jornada extra, no horário em que deveria estar descansando, estudando ou convivendo com seus familiares e amigos, o policial se estressa e, como resultado, volta cansado e desmotivado para cumprir sua jornada seguinte na corporação. Isso quando não é atacado e até abatido quando trabalhando para terceiros em bares, boates, estabelecimentos financeiros e outros de alto risco. O resultado de tudo isso é um policial extenuado e desmotivado que, por sua condição física e psicológica, poderá não ter a devida resposta na emergência das ocorrências que exigem raciocínio rápido. Se não decidir corretamente a atitude a tomar, pode ele próprio ou terceiros morrer em consequência disso. É por isso que entendemos a sobrejornada como prejudicial e contrária aos objetivos corporativos.

É voz corrente na tropa que os policiais militares paulistas são os que piores salários têm entre as 27 unidades federativas do país. Mas é importante destacar o seu espírito ordeiro e cumpridor de regulamentos. Em vários Estados já ocorreram greves que deixaram a sociedade desguarnecida e tiveram a influência direta em centenas de mortes entre os cidadãos pela falta da segurança pública. Em São Paulo isso não aconteceu e temos a certeza que não virá a ocorrer. Mas o governo, como empregador, tem de ter sensibilidade para essa situação e encontrar uma solução. Nossos policiais não podem continuar subsistindo por conta de salários incompatíveis com a atividade que exercem.

As entidades representativas da classe preocupam-se com esse problema e buscam o equilíbrio. O policial militar precisa ir ao trabalho na certeza de que não precisará recorrer ao exercício de atividades suplementares para conseguir viver condignamente com sua família. Esperamos que o governador João Dória, que em sua campanha já reconhecia a situação salarial difícil do policial militar, e seus auxiliares da área econômica sejam permeáveis e consigam atualizar os salários da classe, que vem tendo seus ganhos sucateados há pelo menos 10 anos e agora teve seus descontos previdenciários elevados em 7%. Os integrantes da corporação que - por razão disciplinar - não fazem reivindicações públicas e nem greve (porque isso lhes é vedado por lei) mas sofrem por não ter o soldo devido, que é possível, pois vem sendo praticado em outras unidades da federação.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.