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Opinião
16/07/2021 - 07h24
Viva Cuba livre
Dartagnan da Silva Zanela
 

Em várias ocasiões, através de minhas linhas turvas e letras pra lá tortas, procurei chamar a atenção para a importância de ligarmos pontos que se apresentam [aparentemente] desconectados aos nossos olhos, pontos estes que ficam boiando sem rumo nesse oceano de informação e confusão que nos circunda. Bem, vamos então levantar alguns pontos para, em nossa cumbuca, realizarmos algumas ligações, como se fôssemos um detetive de seriado policial. Dito isso, vem comigo...

Neste ano de 2021 a UNESCO recordou, através de sua conta no Twitter, o natalício de 93 anos de Che Guevara. A mensagem lembrava o discurso histórico proferido pelo Che na Assembleia Geral da ONU em 1964 onde ele, em alto e bom tom, havia dito: “Fuzilamentos? Sim, fuzilamos e continuaremos fuzilando sempre que necessário. Nossa luta é uma luta à morte”. Realmente, um discurso sinistramente histórico.

Muitos derretem-se em lágrimas só de ouvir o nome de Guevara e, repetem no íntimo do coração: “esse é o cara...”. Pois é. Tudo é válido, tudo é permitido em nome da revolução, inclusive o genocídio. Aliás, o genocídio é a alma de toda e qualquer revolução.

Noutra ocasião - em 2013, salve engano - numa solenidade realizada em Havana, a mesma Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura dispôs que os escritos de Guevara fossem incluídos no Programa Memória do Mundo. Ou seja: que seus textos fossem elevados à categoria de patrimônio da humanidade. Trocando em miúdos, não é de hoje que a referida organização louva esse assassino que ajudou a implantar uma tirania sem igual em Cuba.

Mudando de assunto, sem sair do rumo, neste fim de semana, como todos nós sabemos muito bem, o povo cubano saiu às ruas para protestar contra a ditadura mais longeva e sanguinária da América Latina. Repito: a ditadura mais duradoura e assassina da América Latina.

Ditadura sanguinolenta essa que, para muitos, inclusive para o “nove dedos” e seus acólitos, seria um exemplo a ser seguido por nós. Tirania essa que é celebrada, como sendo um modelo de “democracia”; celebrada por incontáveis diplomados, com pose de bom-moço, bem como por inúmeras organizações que pintam e bordam em nosso triste país, clamando [em seus corações] por uma cubanização de nossa nação.

Abre parêntese: dá até medo o que essa turma entende por “[demo]cracia”. Fecha parêntese.

Doravante, o escritor Janer Cristaldo certa feita havia dito, no comecinho do terceiro milênio, que os esquerdistas deveriam pedir a Deus - se soubessem rezar - para que o Altíssimo desse ao ex-ditador do Chile, Augusto Pinochet, uma vida longa, pois, se ele morresse, Fidel Castro seria, na época, o único ditador vivo da América Latina.

Fidel morreu, Pinochet também, mas a ditadura marxista cubana continua a oprimir o povo que disse ter libertado e, enquanto uma árvore de pútrida cepa, a ilha cárcere espalhou seus frutos nefastos pelo continente através dos ramos do Foro de São Paulo, que nada mais é que uma reedição piorada do OLAS - Organização Latino Americana de Solidariedade - que havia sido criada nos anos 60 do século passado por Fidel Castro e sua gangue.

Como todos nós sabemos, o Foro de São Paulo foi criado em parceria com o Partido dos Trabalhadores no início dos anos 90 para, como eles mesmos declararam, reconquistar na América Latina o que fora perdido por eles, marxistas, no Leste Europeu.

Também, não faz muito, tivemos a morte de outro ditador, Hugo Chávez. Esse também, aqui nessas terras de Tupinambás, é idolatrado por muitos “[demo]cratas” como sendo um exemplo de Estadista. Ditador esse que ascendeu ao poder na Venezuela com a ajuda do Partido dos Trabalhadores e demais parceiros do Foro de São Paulo. E que continua tiranizando o povo venezuelano mesmo depois de morto.

Ah! Esse trem fuçado chamado Foro de São Paulo. Que coisinha linda e discreta ele é. Em suas periódicas reuniões temos a congregação de partidos políticos de esquerda da América Latina e organizações criminosas como as FARC e o MIR chileno. Aí dá pra entender perfeitamente a posição afetuosa de inúmeras figuras públicas e entidades de nosso país para com essas duas organizações criminais e demais absurdidades que se fazem presentes no continente e para além dele.

No tocante às FARC, vale a pena lembrarmos alguns pontos da entrevista que foi concedida por Raúl Reyes à Folha de São Paulo, em 27 de agosto de 2003. O então porta-voz internacional das FARC disse que conheceu pessoalmente Lula em San Salvador, em uma das reuniões do Foro de São Paulo. Afirmou que ele e Lula ficaram encarregados de presidir o referido encontro e que, desde então, continuaram se encontrando e que mantiveram um profícuo contato. Porém, quando Lula se tornou presidente da república não mais pode falar com ele. “Sacumé”, daria muito na pinta.

Além disso, Raúl Reyes disse, na mesma entrevista, que as FARC tinham muitos contatos no Brasil com distintas forças políticas; com muitas lideranças, partidos e movimentos sociais. Dentre os intelectuais, ele destacou o sociólogo Emir Sader e Frei Betto [assessor especial de Lula].

Também é importante lembrarmos, e darmos um jeito de não esquecer, que José Dirceu, que foi presidente do PT e Ministro Chefe da Casa Civil durante o primeiro governo Lula - e que era cotado à época como sendo o possível sucessor dele - em um passado não muito distante, trabalhou para o governo Cubano.

E o que tudo isso tem que ver com as manifestações ocorridas em Cuba neste fim de semana? Nada, se as encararmos isoladamente. Porém, se procurarmos ligar os pontos, iremos ver o quão conectados todos esses fatos estão. E a conexão não é nem um pouco bonita não, pois, o socialismo imaginário pode até parecer fofo para as almas distraídas, mas sua realização nunca o é.

Sei que tal obviedade ululante não é dita nos meios politicamente corretos, mas socialismo é isso aí mesmo: escravidão de todo um povo por uma elite política que se assenhora do poder e que, em nome dos mais áureos ideais, subjuga e escraviza as pessoas, dizendo a elas que essa vil servidão seria a mais bela e decantada liberdade. E, para os apologistas da tirania genocida vermelha, qualquer um que diga o contrário, o diz porque é um... você sabe o quê.

Enfim, que Deus, em sua infinita misericórdia, tenha piedade do espoliado e sofrido povo cubano que por mais de seis décadas é escravizado pelo rubro Estado Totalitário Caribenho. Que Deus tenha misericórdia do povo cubano e do povo venezuelano, pois, como todos nós sabemos, cidadãos desarmados pouco ou nada podem fazer contra uma tirania.

Se não estamos cônscios disso, está mais do que na hora de tomarmos ciência desta terrificante verdade ululante.

Liguemos os pontos, costuremos os fatos e encaremos a realidade que está para além dos retalhos noticiados.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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