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Opinião
23/09/2021 - 05h46
O centenário do patrono do caos
Dartagnan da Silva Zanela
 

E eis que uma galera resolveu comemorar o níver de cem anos de Paulo Freire e, tal comemoração, deixou no ar aquele clima tretístico que, só por Deus.

Digo isso não pela homenagem, em si, ao referido, mas sim, pela decisão que foi tomada por uma sumidade togada que, do alto de sua competência, por meio de uma liminar, proibiu o governo de “atentar contra a dignidade de Paulo Freire”.

Uau! O que será que devemos entender por ataque à dignidade do dito cujo? Só Deus sabe e, ao que parece, Ele permanecerá silente no tocante a essa questão. Pois é. Então, bola pra frente, jogo que segue.

E é claro que os discípulos, leitores e admiradores do Patrono da “Pátria Educadora” estão rendendo homenagens à ele; o que, aliás, é um direito que os assiste, mesmo que essa homenagem não seja feita de forma crítica.

Porém, todavia e, entretanto, levantar críticas às obras de um autor, e bem como aos frutos de suas ideias, não apenas é um direito de todos aqueles que desejam fazê-las, mas é a base da liberdade de pensamento e o fundamento de toda atividade intelectual que, é claro, não esteja maculada pelo servilismo ideológico.

Aliás, não existe dignidade intelectual onde não há liberdade de pensamento. Sei que isso é uma obviedade ululante, mas, ao que parece, é mais uma daquelas obviedades que precisam ser lembradas.

Se o amigo leitor é admirador da obra de Paulo Freire, e bem como de sua pessoa, tudo bem, as sentenças paridas por sua moringa pensante são suas e de mais ninguém. Posso conviver muito bem com isso e, ainda, partilhar uma cuia de mate contigo sem nenhum problema.

Todavia, gostaria apenas de lembrar uma coisinha no meio de toda essa coisarada, só uma: se você acha um absurdo ver boleiras e mais boleiras de alunos displicentes, que não movem uma palha para dedicar-se aos seus estudos, sendo aprovados ao final do ano, lembre-se que quem ensinou gerações e mais gerações que reprovação é um ato de exclusão social, e não uma oportunidade oferecida para corrigir erros cometidos no correr de um ano letivo, foi justamente esse senhor barbudinho com cara de profeta do caos.

Enfim, se você celebra o centenário desse senhor, não se esqueça disso e, se desejar ser um pouquinho mais crítico, procure, sem preconceitos, conhecer as outras implicações trágicas advindas das ideias e da personalidade desse douto que tanta influência tem sobre a educação brasileira.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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