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SEÇÃO
Crônicas
21/11/2022 - 05h36
Oito bilhões
Henrique Fendrich
 

Parece loucura, mas dizem por aí que o mundo chegou a 8 bilhões de pessoas vivendo ao mesmo tempo. Oito bilhões! Em outros tempos, diriam que são 8 bilhões de “almas”, ah, mas agora já não se pode estar certo de que cada pessoa corresponda de fato a uma alma - algumas há que, decididamente, não têm nenhuma, e outros já a venderam há muito.

Pois chamemos então de pessoas mesmo. Ora, 8 bilhões não são 8 milhões, como alguns acreditam. Tirai 8 milhões de 8 bilhões e ainda sobrarão mais de 7,9 bilhões de pessoas (se é que a matemática não mudou). Só aqui na minha cidade, vivem mais de 2 milhões de pessoas, e eu já acho muito. De toda essa gente, conheço uns 100. Amo, cinco ou seis pessoas, especialmente uma moça que, ah, por vezes, me faz esquecer que existem outras 7.999.999.999 pessoas.

Mas falemos a sério: há 8 bilhões de pessoas no mundo neste exato instante e não há uma única que saiba o está fazendo aqui. Vivemos, isso é fato, mas por quê exatamente? E, já que vivemos, como é que se deve viver? São 8 bilhões de pessoas e mesmo as mais lúcidas entre elas não tem mais do que certas especulações, certas crenças pessoais sobre como são as coisas, mas no fundo estamos todos tateando, em busca do que não sabemos o que seja - suspeitamos que seja o amor, e é bom que seja mesmo, pois não conhecemos nada melhor para justificar a existência.

São 8 bilhões de pessoas, mas seria melhor se fossem 8 bilhões de lírios do campo, já que eles não trabalham e nem fiam, mas crescem. As pessoas, por sua vez, precisam trabalhar, para ter dinheiro, para comprar comida, para ter saúde, para trabalhar. O ser humano que chega ao mundo, como esse bebê de número 8 bilhão que nasceu na República Dominicana, não tem quase nada garantido. Ele precisará lutar todos os dias para continuar a fazer parte da lista de 8 bilhões de viventes. E às vezes será apenas à custa do sacrifício dos outros que ele se salvará.

Ajeitando bem, cada um dando um passinho para cá, outro para lá, e a Terra poderia comportar um número ainda mais elevado de habitantes. Mas quem é que quer ajeitar alguma coisa? Dentro dessas 8 bilhões de pessoas há algumas que estão acima das outras e são elas que tornam tão temerário que mais gente insista em vir ao mundo. Há ainda uma peste por aí, há outra guerra em curso, flagelos do tempo em que a humanidade era só um punhado de gente e que não deixaram de existir só porque já somos 8 bilhões. Apesar de tudo, eu ainda tenho esperança no bebê da República Dominicana, porque a gente não é muito bom hoje, mas a gente já foi bem pior.

A gente precisa é parar de achar que somos alheios à natureza e que somos uma coisa diferente dos animais. Mesmo esse nosso domínio da Terra é bem relativo. Oito bilhões pode até ser um recorde entre os mamíferos, mas você já imaginou quantas formigas existem no mundo? Dizem que a espécie que mais existe é o cupim. Precisamos ver como eles resolvem os problemas da superpopulação. Olhe que nem estou considerando as bactérias, que só dentro do seu corpo batem todos os recordes dos humanos.

Mas é isso, toda essa multidão de gente por aí e você ainda solteiro.

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