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Ano 1 - Nº 9 - Ubatuba, 14 de Junho de 1998
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· HISTÓRIAS CAIÇARAS I

   Driblando o Abuso de Autoridade
    João Claro da Rocha - "Rochinha"
    Texto adaptado por EASN
    articulista@ubaweb.com

 

José Paulino, filho da terra, mais conhecido como Zé Cândido, foi policial da cavalaria, em Santos e em São Paulo. Uma ocasião, estando de férias, veio gozá-las em sua terra natal e não mais retornou ao quartel. Resultado: foi excluído da "Força Pública".

Rancho do Galo

Aqui em Ubatuba, Zé Cândido não gostava de um certo policial que dava guarda no famoso Rancho do Galo, na Praia do Perequê-Açú. Certa noite, em um baile no famoso estabelecimento, entre duas e três da madrugada, Zé viu o Miguel, o tal policial que vinha dar guarda. Pensou consigo mesmo: "É hoje... Não vou perder esta oportunidade!"

Zé Cândido conhecia das artimanhas da polícia. Ficou escondido atrás da última palmeira, próxima à esquina do antigo Cine Iperoig, onde hoje funciona a Igreja Universal do Reino de Deus. Quando o policial passou pela palmeira, ele veio por trás e catapum! Deu-lhe uma canoinha no pé-da-orelha que o Miguel ali mesmo caiu e por ali ficou dormindo. O Zé deu no pé. Numa desabalada carreira voltou para o Perequê-Açú e foi para a casa do "polanês", como era o seu jeito cômico de pronunciar determinadas palavras. Já na casa do polonês, pensou consigo mesmo: "Bater num sujeito cara-a-cara dá processo, por isso, pelas costas é bem melhor..."Fim do texto.
· PORTO SEGURO
    Roberto de Mamede Costa Leite
    mamede@iconet.com.br

É hoje a imprensa livre quase que o único desaguadouro da cidadania agredida, especialmente quanto o é pelo 'pudê', quer o oficial, quer o oficioso.
Com os imensos problemas, de todos matizes, que assolam o Judiciário, temos dele justiça tardia, que pelo atraso vira injustiça.
Nossa natureza agredida necessita de porto seguro, rapidamente acessível, nestas grandes turbulências de injustiças que nos assolam cada vez mais. A falta de santuário que nos abrigue nos primeiros momentos da tempestade de falta de espírito público e solidariedade humana, nos leva ao naufrágio, a desesperança, ao sentimento de abandono.
Isto é fato sabido e doloridamente sentido quando nossa vez chega.
Para sobrevivermos, vamos desenvolvendo inúmeros mecanismos de defesa que metabolizem estes frutos amargos e injustos que encontramos pelos nossos caminhos nesta selva de arbítrio.
Infelizmente, desde que o mundo é mundo, não conseguiu a raça humana desenvolver mecanismo que a proteja, validamente, dos efeitos nocivos do engano e da mentira que nos infringe nosso semelhante. 'O homem é o lobo do homem'.
Assim, desesperamos quando nos falta este último abrigo da cidadania que é uma imprensa altiva, livre, comprometida com seus ideais mais altos, onde sobrepairam a Verdade e a Liberdade. Quando este simbólico e efetivo refúgio dos desvalidos do 'pudê' - a imprensa - se transforma em mais uma parada do arbítrio político, há que concluir, como diz o povo, que "nossa vaca da cidadania foi pro brejo".
É como muitos se sentem hoje em Ubatuba.
Exemplificando, semanas atrás fui agredido pessoalmente, assim como minha família, por carta pessoal e expressa do Sr. Prefeito de Ubatuba, publicada em semanário local.
Era texto menor, indevido, absurdo, descabido.
Semana seguinte, redigi texto respeitoso em sua forma, viril em seu fundo, verdadeiro e documentado em seu conteúdo. Fi-lo como DIREITO DE RESPOSTA, o que coloquei expressamente.
Não o publicaram e, naquele dia mesmo, pela noite, comuniquei-me com um dos proprietários do semanário, Dr. José Nélio de Carvalho, ex-prefeito de nossa cidade, fazendo-o ver que tinha direito legal e democrático da resposta. Que assumia com minha responsabilidade pessoal o que escrevesse em defesa de minha honra, de minha família e de nossa dignidade agredida.
Outra vez não publicaram e por isso, por duas vezes não cumpriram o que lhes cabia e ao que se tinham comprometido.
Vou recorrer ao Poder Judiciário em busca de meu direito de expressar-me com responsabilidade, em defesa dos direitos da honra de minha família e, mais amplamente, pelo direito de LIBERDADE DE IMPRENSA.
Esta mesma LIBERDADE DE IMPRENSA que a publicação da presente estará consubstanciando com a dignidade de costume.
Esta nossa terra de Ubatuba sofrida está a necessitar de um desaguadouro de nossas denúncias, de forma a ser sistematizado, para nossa defesa.
Para tanto lanço aqui uma idéia-semente para que se crie um SITE PARA A SALVAÇÃO CÍVICA DE UBATUBA para onde serão enviadas reclamações, queixas, denúncias e tudo o mais que nos permita avaliar e organizar para defesa de nossa cidadania agredida.
De início coloco meu e-mail (mamede@iconet.com.br)para recolher as eventuais concordâncias e colaborações com o objetivo acima, para que, se a idéia encontrar ressonância, possamos organizar o 'site' para bem de toda nossa comunidade.Fim do texto.
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