Há vinte anos venho alertando para as conseqüências do desrespeito às instituições, ao direito de propriedade, às garantias constitucionais e ao Estado de Direito perpetradas pelo MST e seus correlatos. "Não se brinca impunemente com a ordem pública!", tenho afirmado à exaustão. Há quem se alarme com os recentes episódios. Mas cabe perguntar: quando foi diferente? Por que esse espanto? E não venham dizer que o Partido dos Trabalhadores e a Comissão Pastoral da Terra da CNBB nada têm a ver com isso. Respeitem o discernimento da sociedade. São unha e carne, corda e caçamba, discurso e ação correspondente, criador e criatura, eleitores e eleitos, fiéis e pastores. A que partido pertencem os deputados que os representam, incentivam e dirigem? Alguém já ouviu uma palavra sensata da CPT contra a violência que praticam? Quando o delinqüente francês José Bovê fez coisa parecida numa lavoura experimental de Não Me Toque foi recebido com festejos e abraços no Palácio Piratini pelo governador Olívio Dutra. "Bovê é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo!", cantavam os petistas e proclamavam os adesivos nos carros dos companheiros. Quando destruíram o relógio dos 500 Anos com a cobertura de oficiais da Brigada Militar, imediatamente, afrontando a estupefação da sociedade, surgiram os decalques: "Eu também destruí o relógio!". No governo Lula, eles têm ministério, contracheque e cobertura oficial. Rasgam ordens judiciais de desocupação, desrespeitam oficiais de justiça e a própria Justiça. João Pedro "Somos-Mil-Contra-Um" Stédile não comparece a sucessivas audiências e os processos contra ele caducam nos tribunais. Não apenas fazem a sua "justiça" como têm seus próprios juízes e desembargadores. E não me venham dizer que não porque os tenho visto, ouvido e guardo como preciosidades algumas de suas decisões. O que aconteceu nestes dias expõe apenas um objetivo especial: mostrar a seus parceiros e financiadores internacionais, reunidos em Porto Alegre no tal Congresso da FAO, que estão fazendo o que deles se espera. Apenas isso. Estamos contemplando as colheitas da única coisa que essa turma sabe plantar. Nota do Editor: Percival Puggina é arquiteto e da Presidente Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública. Conferencista muito solicitado, profere dezenas de palestras por ano em todo o país sobre temas sociais, políticos e religiosos. Escreve semanalmente artigos de opinião para mais de uma centena de jornais do Rio Grande do Sul.
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