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Opinião
22/03/2006 - 16h32
O que a ideologia uniu, não separe o pobre
André Arruda Plácido - MSM
 

À época de nossos avós, o conto do vigário era uma história contada para tirar dinheiro de alguém. Descobertos o mensalão e o valerioduto, Lula e seus fiéis discípulos negaram mais de três vezes as acusações, jurando com a mão sobre a Bíblia, de que tudo não passava de armação diabólica das elites conservadoras, da direita, da imprensa reacionária, do imperialismo ianque. Quem nunca usou caixa 2 bandido que atire o primeiro Delúbio!

Mas o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), D. Odilo Scherer, ateou a fogueira da indignação sobre os hereges do PT dizendo que o governo Lula, não lá muito católico, decepcionou: "Sabemos que os governos têm limites, mas não podemos deixar de dizer que a sociedade tinha expectativas de políticas sociais e de combate à pobreza mais eficazes". Scherer faz o sinal-da-cruz às políticas econômicas que beneficiam apenas os malignos bancos, os quais obtiveram "lucros históricos" e tratam o Brasil como um "paraíso financeiro". "São políticas que concentram renda em vez de distribuí-las". Também excomungou nosso crescimento de mirrados 2,3%, o qual nos deixa, na América Latina, à frente apenas dos irmãos do Haiti.

Sobre eleições presidenciais Scherer jogou mais lenha: "A população vai querer saber o que cada um dos candidatos propõe para gerar trabalho e renda, e para reduzir a sangria de recursos que acabam nas mãos dos grandes bancos". Quanto ao tratamento de Lula-lá aos pobres por meio de suas políticas sociais, o bispo disse que elas são utilizadas em conjunto com uma política econômica "não orientada para a inclusão social".

Dom Geraldo Majella Agnelo, presidente da CNBB, recorreu ao Santo Ofício em relação à bruxaria do Bolsa Família: é "assistencialista", "politicalha" para angariar votos. "Quem está com fome deve receber seu alimento, mas não ficar assim, sendo estimulado a não fazer nada, ganhando R$ 60, R$ 80 por mês. Dê trabalho para todos". E ainda jogou água benta no governo Lula, classificado como o "mais submisso" aos banqueiros ateus na história do Brasil catequizado.

D. Agnelo afirmou também que a CNBB vai oferecer uma cartilha ao eleitor, podendo recomendar sessões de exorcismo ao candidato endemoninhado que pratique o caixa 2 satanista. "Se estamos numa democracia, desejamos que os políticos tenham competência e probidade".

O final dos tempos se confirma com a anunciação da Austin Rating de que o crescimento recorde de R$ 12 bi nos lucros dos bancos em 2005 - média de 40% - não refletiu em aumento de pagamento do IR. O apetite do Leão pelas instituições financeiras aumentou apenas 9,9%, enquanto os pecadores levamos mordida 11,7% maior e as empresas não-financeiras de 22,4%. Esse deve ser o motivo de os dízimos dos bancos para o PT nacional e estadual de São Paulo terem crescido cerca de 1.000% desde 2002. Eles são os maiores doadores do partido de Lula: R$ 5,7 milhões.

Fugindo das acusações da oposição que o perseguia pelo deserto das evidências, Lula atravessou o mar de lama vermelha das falcatruas de seu partido e chegou ileso à terra prometida onde a oposição tem parte com o Zaqueu petista. Mas pela extrema-unção da CNBB, para Lula continuar lá, terá de se livrar do falso profeta da ética, do anti-cristo da corrupção e da marca da besta valeriana. In nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti, amém!


Nota do Editor: André Arruda Plácido é professor de comunicação, escritor e jornalista, graduado em Relações Públicas pela Universidade Estadual de Londrina (PR) e especializado em Comunicação e Liderança pelo Haggai Institute, de Cingapura.

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