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Opinião
23/03/2006 - 17h07
Autoridade não é autoritarismo
Ubiratan Iorio - Parlata
 

Sem qualquer exagero, o Rio de Janeiro, que continua sendo a mais bonita, alegre, espontânea e representativa das cidades brasileiras - apesar da sucessão de governos estaduais inaptos e ineptos que se vêm sucedendo há mais de vinte anos -, vive uma verdadeira guerra civil. Pois não é que o tráfico resolveu afrontar e enfrentar o nosso Exército, primeiro assaltando um quartel em São Cristóvão e depois reagindo a bala e até com granadas à ocupação dos morros cariocas efetuada pelos militares para recuperar o armamento que lhe foi audaciosamente roubado?

A complexidade da questão excede o espaço deste artigo, mas certamente cabem algumas considerações. A primeira é que os eleitores do estado do Rio de Janeiro têm votado sistematicamente em governos de esquerda, que têm as características de considerar a violência como sendo resultante da "má distribuição de renda" (embora nada tenham feito para melhorá-la) e de guardarem uma antipatia inaceitável pelas nossas Forças Armadas que, segundo seus porta-vozes - tanto os da esquerda pooddle quanto os da esquerda pitbull - teriam "reprimido", nos anos 60 e 70, seus "democráticos" intentos de implantar aqui uma filial, multiplicada por milhões de quilômetros quadrados, da ditadura opressora do manda-chuva de Cuba. A segunda, que decorre da anterior, é que a gravidade da situação não parece incomodar nem o governo estadual, responsável, por dispositivo constitucional, pela segurança interna e tampouco o atual governo federal, que tem sistematicamente retribuído a votação aqui obtida em 2002 (que os cariocas lembrem-se disto em outubro!) com um desdém de causar revolta. A terceira envolve o município do Rio de Janeiro que, ao invés de erradicar ou de sustar o avanço das favelas (ou "comunidades", no patético linguajar "politicamente correto"), pelo contrário, estimulou o seu crescimento. A quarta, para ficarmos apenas nessas, é - e nunca será demais insistirmos nisto, porque é a raiz da questão - o relativismo moral, que é um excelente fertilizante para o consumo e, portanto, para a venda de drogas e a criminalidade.

Chega de tanta demagogia! Basta de querelas políticas mesquinhas que impedem que o gravíssimo problema da segurança dos cariocas seja adequadamente enfrentado! Punto finale no conto da Carochinha de que a causa da violência é a pobreza, porque não é: essa insuportável situação existe, no fundo, pela degeneração dos valores morais, tanto por parte de ricos quanto de pobres, por penas excessivamente brandas e pela baixíssima probabilidade de punição para os criminosos potenciais!

Nenhuma nação que pretenda ser de fato grande pode prescindir de Forças Armadas bem equipadas e que se façam respeitar, para garantir a segurança externa e de polícias firmes, aparelhadas e inteligentes, para assegurar o mínimo de segurança interna. Mas, infelizmente, a "esquerdopatia" crônica que se vem, há anos, abatendo, qual bando de abutres, sobre os cidadãos de bem, não tem cuidado nem das primeiras e nem das segundas. Se tivermos que esperar por um perfil de renda menos concentrado, que só poderá acontecer pela via da educação - o que equivale a dizer, quando nos livrarmos do distributivismo barato e do populismo de botequim das esquerdas - e, mesmo assim, no longo prazo, muitos inocentes do asfalto e dos morros ainda haverão de perder suas vidas. Isto é absolutamente inaceitável!

É questão de honra para nosso Exército, do qual só devemos ter motivos para nos orgulharmos, não apenas recuperar o armamento roubado, mas mostrar aos bandidos que não podem desafiá-lo abertamente, como está acontecendo. É evidente que não faz parte das atribuições das Forças Armadas cuidarem da séria questão dos morros cariocas, mas, já que a polícia não tem como fazê-lo e já que foram afrontadas, desafiadas e até atacadas, cabe a elas, neste momento cuja gravidade parece não chegar aos ouvidos dos governantes, mostrarem que autoridade está longe, muito longe mesmo, de ser sinônimo de "autoritarismo". Mesmo que a mídia e a esquerda pitbull insistam na cantilena do "falso moralismo", do "reacionarismo" e do "autoritarismo", o Brasil e a nossa cidade doente precisam exatamente disto, ou seja, fortalecer os princípios morais e a autoridade! Os cidadãos honestos, inclusive os humildes, ficarão agradecidos.


Nota do Editor: Ubiratan Iorio é Doutor em Economia pela EPGE/FGV. É Diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ e Vice-Presidente do Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista (CIEEP), Professor Adjunto do Departamento de Análise Econômica da FCE/UERJ, do Mestrado do IBMEC, Fundação Getulio Vargas e da PUC/RJ. É escritor com dezenas de artigos publicados em jornais e revistas.

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